 Esta semana, vamos ter um artigo sobre o impacto da nova edição, Worldwake, nos formatos Eternal (Vintage e legacy) pelo nosso escritor residente Daniel Faria.
A poucos dias do Grand Prix Madrid torna-se um artigo bastante útil.
Vale a pena ler!>
Worldwake em Legacy e Vintage
Worldwake já chegou, e embora a maioria do set seja apenas jogável em Limited e Standard, há sempre uns quantos presentes que a Wizards deixa para a comunidade Eternal.
Neste artigo, vou analisar as cartas de Worldwake que têm potencial para Legacy e Vintage, e que devem adquirir se estiverem interessados nestes formatos (e nos arquétipos em que as cartas em questão se enquadram).
Allies
A mecânica dos aliados é a mecânica linear mais poderosa desde os Slivers, e com os aliados que sairam em Worldwake há finalmente massa crítica de aliados eficientes para jogar em Legacy.
A cor mais forte para aliados é sem dúvida branco, com os aliados mais eficientes Hada Freeblade e Kazandu Blademaster, bem como o protector Kabira Evangel e o truque potencialmente letal que é Join the Ranks.
Para complementar branco, vermelho oferece as melhores opções, nomeadamente Akoum Battlesinger que amplia o poder explosivo de Join the Ranks, Tuktuk Scrapper que é um pouco caro mas tem uma função utilitária importante em Legacy, e Kazuul Warlord que é um potencial game-finisher.
Azul é mais fraco, mas tem ainda alguns aliados eficientes em Jawari Shapeshifter e Umara Raptor, e sendo a cor mais forte em Legacy, pode também complementar branco.
Quanto a verde, Harabaz Druid é giro mas demasiado lento para Legacy, tal como o Turntimber Ranger, o que deixa apenas Oran-Rief Survivalist como o único aliado realmente eficiente nesta cor. Preto tem ainda menos a oferecer, quer em termos de eficiencia quer em termos de efeitos interessantes, pelo que não vejo verde ou preto a fazerem parte de eventuais decks de aliados em Legacy.
Fica aqui uma decklist potencial de WR Allies para testar em Legacy.
Decklist potencial: WR Allies
Mainboard:
4 Hada Freeblade
4 Akoum Battlesinger
4 Kazandu Blademaster
3 Kabira Evangel
3 Tuktuk Scrapper
2 Kazuul Warlord
4 Aether Vial
4 Lightning Bolt
4 Path to Exile
4 Lightning Helix
3 Join the Ranks
4 Arid Mesa
2 Windswept Heath
2 Wooded Foothills
4 Plateau
3 Plains
2 Mountain
4 Mutavault
Admonition Angel tem bastante potencial em Angel Stax (Legacy), uma vez que é uma condição de vitória imponente, pode funcionar como elemento de lock em combinação com Crucible of Worlds, tem a protecção de Chalice of the Void e Trinisphere, e a estratégia de prisão do deck e a sua a aceleração de mana permitem baixar o anjo em tempo útil. Antevejo que Stax possa jogar com 1-2 Admonition Angel, no lugar de 1 Baneslayer Angel e/ou 1 Oblivion Ring.
Kor Firewalker é uma carta de sideboard interessante para Legacy, sobretudo para decks Fish UW ou decks brancos agressivos, que decerto ajudará em matchups como Zoo, Burn ou Goblins. No entanto, a presença de Rhox War Monk impedirá o Firewalker de se espalhar mais no segmento aggro-control do formato, e decks mais controladores optarão por cartas mais defensivas como Pulse of the Fields ou Circle of Protection: Red.
Loam Lion é uma quantidade conhecida, uma vez que é uma réplica albina do popular Kird Ape. No que toca aos decks que já jogam com Kird Ape (Zoo), poucos quererão cópias adicionais uma vez que os slots de criaturas já estão bem preenchidos, no entanto, pode ser interessante utilizar o Lion em substituição do Ape para diminuir a eficácia das cartas de sideboard anti-vermelho dos oponentes tais como Blue Elemental Blast e Pyroblast. Mas onde Loam Lion pode verdadeiramente brilhar é em decks como GW aggro (em Vintage) ou Bant (em Legacy e Vintage) que antes não tinham acesso a um bom beater por um de mana. Em suma, uma carta a adquirir sem falta.
Refraction Trap é, no papel de sideboard anti-vermelho, um Harm’s Way mais eficiente e pode mesmo vir a jogar em Legacy, pois o facto de dar 3 dano em vez de 2 faz muita diferença. Em particular, no matchup Zoo, esta trap permite matar um Wild Nacatl ou Kird Ape com um Bolt do oponente, o que era impossível com Harm’s Way. Além disso, esta trap é melhor no papel de salvar criaturas de Firespout ou Volcanic Fallout, que estão a tornar-se bastante populares em Legacy. Assim, é uma carta a considerar para o sideboard de decks como Zoo e Bant.
Dispel é um counterspell interessante mas limitado, e provavelmente uma pior opção do que Spell Pierce como sideboard anti-combo em Legacy. No entanto, poderá ser adoptado por decks de combo como sideboard anti-counterspells, nomeadamente em ANT e Reanimator. É provavel que seja mais jogado em Vintage, mas mesmo aí será muitas vezes superado por Spell Pierce.
Jace, the Mind Sculptor é o planeswalker perfeito para decks controladores de CounterTop (em Legacy): faz Brainstorm gratuitamente para acertar o topo do baralho para o Counterbalance; tira do topo do baralho do oponente cartas que o Counterbalance não consiga anular ou do topo do próprio baralho cartas inúteis e terrenos em excesso; devolve criaturas que já estejam em jogo para a mão do dono, para depois serem anuladas pelo Counterbalance; e eventualmente, se imperturbado, ganha o jogo sozinho. Sem dúvida uma carta a adquirir para quem gosta de jogar de controlo em Legacy, pois além de jogar em CounterTop, deve substituir o Jace anterior nos decks de Landstill.
Sejiri Merfolk é uma criatura com algum potencial para builds de Merfolk UW em Legacy, mas não deve ser uma escolha comum, dada a maior popularidade da versão mono-blue e o facto de os slots de criaturas já estarem bem preenchidos.
Thada Adel, Acquisitor é uma das melhores cartas do set para Vintage, e será rapidamente adotada por Bant (Fish) e possivelmente mesmo por decks azuis mais controladores. Contra decks com o combo Time Vault + Voltaic Key, dois ataques com esta criatura podem ganhar o jogo; contra Stax, ir buscar um Crucible of Worlds pode salvar o jogo; mas mesmo contra qualquer outro deck, ir buscar uma Black Lotus pode ser brutal. E não esquecer que podem ir buscar cartas apenas para as remover do deck do oponente, mesmo que não as consigam jogar (nomeadamente Inkwell Leviathan ou Darksteel Colossus). Em Legacy, não é nem de perto nem de longe tão bom como em Vintage, mas ainda assim é uma carta de sideboard a considerar para Merfolk, sendo que pode roubar cartas como Jitte, Sensei’s Divining Top, Engineered Explosives, ou mesmo Phyrexian Dreadnought (em builds de Merfolk com Stifle) ou Grindstone e Painter’s Servant.
Treasure Hunt é uma das cartas mais interessantes do set para Legacy, e será uma adição poderosíssima para as diversas variantes de Land.deck com azul, bem como uma carta a considerar para outros decks de controlo com um número elevado de terrenos, como Togless ou Landstill. Tem uma boa sinergia com Brainstorm, Ponder, Top e o novo Jace, o que certamente contribuirá para a sua jogabilidade.
Wind Zendikon é de longe o melhor deste ciclo de cartas, mas é dificil antever uma utilidade prática para ele em Legacy, uma vez que não se enquadra muito bem na estratégia de nenhum deck com azul no formato. Por um lado, joga a seu favor o facto de poder funcionar como protecção anti-Wasteland (uma vez que o terreno volta para a mão), mas por outro lado spells de removal passam a dar uma grande vantagem de tempo ao oponente (e Swords to Plowshares dá também vantagem de cartas).
Abyssal Persecutor é uma criatura extraordinária com um drawback que em Legacy é facílimo ultrapassar com cartas como Cabal Therapy, Innocent Blood ou Diabolic Edict. O custo de 4 de mana é facilmente comportável para decks com Dark Ritual (como Deadguy Ale) ou decks mais lentos (como CounterTop UGB), e é menos drástico quando revelado para um Dark Confidant do que o Tombstalker. Assim, é possível que este demónio venha a substituir o Tombstalker nalguns decks, particularmente em decks com Pox, onde se enquadra naturalmente.
Anowon, the Ruin Sage é um The Abyss com pernas, com o bonus de não fazer alvo (e portanto matar Progenitus e Nimble Mongoose) e de ignorar Vampiros. No entanto a sua obvia vulnerabilidade a spells de remoção significa que apenas vale a pena considerar este vampiro num deck que o possa proteger, tal como Pox ou eventualmente um deck de Stax preto.
Dragonmaster Outcast é interessante mas parece demasiado lento para Legacy. Uma possibilidade a considerar seria joga-lo num deck estilo Aggro Loam, na companhia de Scute Mob e Ranger of Eos.
Kazuul, Tyrant of the Cliffs é uma escolha interessante para Dragon Stompy em Legacy, onde pode substituir Arc Slogger. Dada a agressividade do metagame actual, um efeito "Propaganda" com pernas vem mesmo a calhar.
Ricochet Trap é outra das cartas mais interessantes do set para Vintage, onde pode roubar o Ancestral Recall do oponente, além de anular counterspells azuis. Assim, no formato Vintage esta Trap poderá mesmo tomar o lugar de Pyroblast e/ou Red Elemental Blast, o que em Legacy será improvável.
Searing Blaze é um spell de dano directo que dá uma vantagem de tempo notável, mas o custo de RR limita-o a decks fortemente vermelhos como Zoo e Burn, e a necessidade de atingir uma criatura torna-o menos jogável, dada a presença significativa de decks de combo e control no metagame. Ainda assim, sem dúvida uma carta a considerar para Legacy.
Arbor Elf é quase estritamente melhor do que Llanowar Elves e Fyndhorn Elves, uma vez que pode desvirar dual lands verdes, e assim "produzir" mana de outras cores. A única situação em que pode ser pior é perante destruição de terrenos repetida, o que é um cenário pouco comum e certamente não irá impedir este elfo de ser amplamente adotado por decks de elfos e outros.
Groundswell é de longe o melhor pump-spell desde Might of Old Krosa, e irá certamente acompanhar ou mesmo substituir o Might no Berserk Stompy de Legacy, sendo o landfall bastante fácil de garantir com Quirion Ranger.
Joraga Warcaller é simplesmente estúpido em Legacy, pois se há uma coisa que elfos fazem bem é gerar mana. Em Combo Elves, seja a versão com Priest of Titania e Elvish Archdruid, ou a versão com Nettle Sentinel e Heritage Druid, o Warcaller é um game-finisher natural, que permite a estes decks recorrer mais facilmente ao plano de jogo aggro quando impedidos de prosseguir com o combo. Em Aggro Elves, o Warcaller vem trazer versatilidade, pois pode ser jogado por 3 de mana como um simples Elvish Champion, ou por 5 ou mesmo 7 de mana para terminar o jogo, quando a produção de mana do deck já vai adiantada. Em suma, esta é uma carta a adquirir se gostam de elfos, pois vai certamente levar as estratégias de elfos ao nível seguinte. Não me admiro nada se Aggro Elves começar a competir em popularidade com Goblins graças a esta carta.
Leatherback Baloth é talvez a criatura mono-verde mais eficiente desde o Tarmogoyf, mas infelizmente não se enquadra bem em Legacy devido ao seu custo de mana exigente. Zoo não o quer pois já tem Woolly Thoctar e Knight of the Reliquary como possibilidades para 3 de mana, Bant também não pois tem Rhox War Monk e também Knight of the Reliquary, e mesmo Berserk Stompy habitualmente não joga com criaturas de 3 de custo. Pode ser que surja algum deck mono-verde aggro em que esta criatura se enquadre, mas de resto não antevejo um lugar para ela em Legacy.
Nature’s Claim tem sido muito falado recentemente, mas o único local que vejo para esta carta é em decks com Kavu Predator (como Berserk Stompy), em que o drawback de 4 de vida joga a favor do deck. De resto, Krosan Grip será claramente uma melhor escolha pois não pode ser anulado e está fora do alcance típico de Counterbalance, ao passo que Nature’s Claim é horrível no matchup CounterTop, o que o torna bastante inútil.
Omnath, Locus of Mana é também uma criatura verde interessante, mas tal como o Leatherback Baloth não tem propriamente um lugar em Legacy, a não ser que se desenvolva um novo deck mono-verde.
Novablast Wurm é uma possibilidade de sideboard para decks de Natural Order ou mesmo Reanimator, sendo particularmente potente contra Merfolk, que geralmente não tem removal.
Wrexial, the Risen Deep é uma criatura bastante interessante para Vintage, onde que pode "roubar" cartas como Ancestral Recall ou Time Walk, não só dando-nos uma vantagem enorme como reduzindo a eventual potência de um futuro Yawgmoth’s Will do oponente (que frequentemente é uma carta que ganha o jogo). Será certamente uma criatura a considerar no deck de Oath of Druids, mas mesmo decks de controlo UBx poderão inclui-lo, já que o custo é perfeitamente comportável dada a aceleração de mana do formato.
Basilisk Collar é um equipamento com algum potencial em Legacy, sobretudo porque pode ser buscado com Trinket Mage. Assim, apesar de ficar bastante aquém de Umezawa’s Jitte, é provável que jogue como singleton em decks com Trinket Mage, tais como Faerie Stompy e Dreadstill. E convenhamos, um Phyrexian Dreadnought equipado com isto há-de ser uma visão engraçada.
Lodestone Golem vai certamente ser jogado no Stax Mono-Brown em Legacy, que surgiu com o desbanimento de Metalworker, sendo excelente contra combo. Provavelmente vai também jogar no Stax de Vintage, mas aí o seu impacto será menor, pois apesar de poder ser baixado ao turno 1 com Mishra’s Workshop, o facto de não aumentar o custo dos artefactos permite ao oponente baixar as suas Moxes, Lotus e companhia normalmente. Assim será necessário complementa-lo com Chalice of the Void a zero.
Bojuka Bog é uma opção interessante de sideboard anti-cemitério para Legacy, mas o facto de normalmente não poder ser utilizado instaneamente significa que na prática vai ficar em segundo plano para Tormod’s Crypt, Relic of Progenitus e Ravenous Trap. A excepção será em decks focados em terrenos com Crop Rotation, e possivelmente em decks com Knight of the Reliquary, em que pode ser procurado e ser posto em jogo instantaneamente.
Dual Manlands
As novas dual manlands (Celestial Colonnade e companhia) são sem dúvida interessantes, mas o facto de entrarem em jogo viradas, e o facto de requerem custos de activação algo elevados (pelo menos 3 mana) significa que em Legacy praticamente só vão jogar em decks de control ou midrange, de preferência com Crucible of Worlds ou Life from the Loam. Em Vintage não devem jogar de todo.
Celestial Colonnade enquadra-se bem nos decks Landstill UWx, sendo que o facto de voar joga lindamente com Moat. Decks de Landstill com [carta]Moat irão certamente incluir 1-2 cópias desta carta.
Creeping Tar Pit enquadra-se bem no Perfect Loam (um Land.deck UBG), e poderá também jogar em decks UBx Control como o Togless.
Lavaclaw Reaches é claramente a mais fraca das dual-manlands, e dificilmente será jogada em Legacy
Raging Ravine enquadra-se bem em decks de Loam com vermelho como Aggro Loam ou Land.deck, que geralmente têm pouco em que investir o mana no late game.
Stirring Wildwood enquadra-se também em decks como Bant Loam e Aggro Loam com branco, e possivelmente em The Rock BGW. Além disso, pode ser incluido como singleton em decks mais agressivos como Bant Aggro e Zoo, para ser buscado pelo Knight of the Reliquary.
E assim termina a minha análise de Worldwake, que espero vos seja útil.
Daniel Faria
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