Loja Fórum Lista de Decks Construir Deck Chat (beta)


Fórum MagicTuga.com


-->Fórum --> Artigos-->O meu nacional Parte 2 Responder

Link directo: topico.asp?topico=69939

Nuno Pereira : O meu nacional Parte 2
em 7/13/2009 9:00:00 PM

O Nuno Pereira assinala aqui a parte final do seu report do Nacional 2009.
Um bom report de um bom escritor >



Parte 2


Após uma noite bem dormida e as viagens respectivas para Torres e de volta para Lisboa, um pequeno almoço à pressa e tal, estava pronto para discutir a terceira ronda do draft 2.


Como já tinha dito, queria mesmo vencer esta ronda, apesar do meu deck horrível, pois fazer 3-3 em limitado é ficar com um pé e meio fora do top8.
Feliz, ou infelizmente, na terceira ronda tive oportunidade de confrontar de novo o André Oliveira. Felizmente porque teria uma desforra e porque pelo que percebi a estratégia dele era simplesmente forçar esper e não havia maneira nenhuma de ele ter um deck sequer parecido ao que teve no primeiro draft (isso seria duplamente irreal), especialmente depois de ter visto o deck do Tigas (que me parecia ser o melhor da mesa nesta fase e era esper).



Ronda 9 – André Oliveira - Esper

Rezei aos deuses do Magic para ter alguma chance na ronda e essa chance veio na forma de muitos mulligans para o André. Tive a mana perfeita nos jogos e os draws mais agressivos que o meu deck me poderia ter fornecido.. e desta maneira não houve muito que ele pudesse fazer para superar o handicap inicial.

7-2


De volta à fase de construído, e já com um pequeno almoço decente (e claramente excessivamente caro) tomado no café do hotel, já tinha condições para jogar mais à vontade. Nesta fase o “deck do torneio” – reveillark – estava em número superior a qualquer outro deck.. mas não diria que fosse uma vantagem significativa, pois a variedade manteve-se pelo menos nas mesas que me rodearam durante o evento.


A vitória na última ronda de limited e a garantia do resultado positivo (4-2 overall) deram-me uma pontinha extra de confiança, que eu acho que é super relevante em eventos muito longos como GP’s ou nacionais.
Para além de se ter um bom deck, sorte nos jogos e matchups, acho que a vontade de ganhar é sempre um factor determinante no desfecho final de cada ronda. Um jogador que não tenha a vontade e a determinação para vencer vai perder rondas só por desistir dos jogos mais cedo ou não considerar sempre todas as opções que tem à sua frente. Pelo menos é nisso que eu acredito.



Ronda 10 – João Correira – WB tokens


Não considerava que WB tokens fosse um BOM matchup, mas acho que bem jogado teria alguma vantagem, especialmente com incremental blights de sideboard (que são basicamente uma cólera só para eles..).

Nesta ronda a única coisa que gostaria de apontar (e para ser interpretado como critica construtiva e não para denegrir) é que acho que o que disse no parágrafo anterior se poderia aplicar aqui. Não consegui ver nele vontade suficiente para ganhar nem a concentração que lhe era exigida para conseguir jogar a 90 ou 100% este matchup.

Houve turnos e jogadas em que a atitude dele me demonstrou claramente que podia avançar com os meus planos porque ele não iria colocar muita resistência. Não estou a dizer que ele jogou mal (apesar de terem havido uns blocks ou jogadas em que fikei na dúvida), mas simplesmente que normalmente sou um jogador bastante conservativo e que naturalmente, se sinto que o oponente está irritado ou não acredita que consegue ganhar o jogo e me demonstra esse tipo de comportamentos é porque a janela está aberta para meter pressão e não dar chance para recuperar o status mental ou board position. Nestes dois jogos nunca senti que tivesse uma vantagem irrecuperável, mas a maneira como ele jogou deu-me a entender isso, e eu tentei adoptar uma postura que lhe mostrasse que ele tinha razão.


8-2

Ronda 11 – Pedro Serrão – UW LArk


O Serrão é um jogador que tem um percurso semelhante ao meu, no sentido em que nunca (tinha) conseguido ir a um pró tour e eu considero que ele é muito consistente e tem a capacidade necessária para, em qualquer evento, ter hipótese de ganhar.

Outra característica gira é que normalmente quando jogamos estamos em contenção para qualquer coisa, e esta vez não foi excepção (embora normalmente seja limited – e normalmente ele costuma ganhar). Fiquei um bocado lixado por estar a apanhar um matchup que é no mínimo desagradável para mim nesta altura, no entanto mesmo que perdesse ainda tinha mais uma ronda e sempre era mais agradável perder para um amigo do que para um random. Para além disso também estava com os melhores tiebreakers dos 24 pontos, o que me dava alguma esperança caso isso viesse a ser relevante.


No primeiro jogo tive um draw que me permitiu colocar alguma pressão inicial e sustentá-la com garruks e profane commands. Num jogo normal não me parece que isso fosse suficiente só por si, no entanto o jogo atingiu uma fase em que eu consegui manter a pressão e o Pedro atingiu algum land pocket ou pelo menos só comprou cartas irrelevantes e consegui tomar o primeiro jogo (OMGWTF?!).

Não tendo propriamente o melhor sideboard para defrontar lark, acabo por meter uma data de cartas que são melhores do que aquelas que estão de main deck. O segundo jogo foi talvez o mais “normal”, no entanto eu também estive muito flood, embora isso tenha sido irrelevante pois ele conseguiu sempre dominar a mesa.
O terceiro jogo foi algo surreal. Eu fiz mulligan a 5 e o Pedro a 6. Entrei com leech into wayfinder e algumas man lands. O Pedro foi a jogo com 2 lands, comprou a terceira land e baixou 2 finks. No meu quarto turno topdeckei a random Wheel of Sun and moon e baixei-a ao mesmo tempo que coloquei outra threat na mesa. Mesmo com a Wheel acho que qualquer cólera seria completamente devastadora para mim, pois não tinha grande alternativa a colocar tudo em jogo e atacar. Nesta fase tenho lands, bichos e blight na mão. Ele tem 2 finks, 3 lands e full grip. Infelizmente, para ele, não conseguiu comprar a 4ª land, eu fiz-lhe blight nos 2 bichos e comecei a atacar para muito dano. A dois turnos de morrer ele ainda compra um borderpost (q galo..) que lhe permitiria estabilizar caso fosse uma land, mas da maneira que aconteceu, ele fez cólera no turno seguinte, mas já estava a 3 de vida e fiz EOT cloudthresher para ficar lock no Top8.

SWEET :]

9-2

Finalmente conseguia quebrar a barreira do 9º lugar nos Nats. Eu bem dizia que como este ano o Márcio não jogou havia mais um slot portanto ia conseguir! Lol.


Ronda 12 – Maximo Moreira – WB tokens

Intentional Draw


Apesar de eu já ter tido pró points e ter algum prize Money em GP’s, como saberão eu nunca fui a um Pro Tour. Basicamente a ronda dos quartos de final foi das rondas mais importantes que já joguei, especialmente tendo em conta que seria absolutamente espetacular fazer parte da team que este ano nos representa porque são todos jogadores com quem me dou bem e que respeito.

Anyway, só quando voltei do almoço é que soube quem seria o meu adversário. Com o deck que levei não tinha matchups favoráveis no Top8 (só matchups maus e equilibrados). Não testei contra Bant nem conhecia bem as listas. Para ajudar, os árbitros este ano não quiseram facultar decklists aos jogadores, pelo que apesar de conhecer o core do deck não sabia bem o que esperar nem como sideboardar.

O primeiro jogo diria eu que foi algo irreal. Alguns amigos comentaram que acharam que eu devia ter feito mulligan. Apesar de não saber concretamente o que a mão tinha, sei que não era muito rápida, mas era consistente e preferi não ir a 6. A história do jogo foi estranha porque eu esperava ter uma threat na mesa ao 3º turno e levar um grande impacto.

O que aconteceu basicamente foi que no meu quarto turno tinha uma leech, baixei wayfinder e vi-lhe a mão que não tinha threats. A mesa dele era o bicho 2/1 hibrido que fica 5/3 trample, um hierarch, um dauntless escort e um birds, e nesta fase eu estava a 14 de vida, sendo que os meus bichos estavam a parar os dele. Só estava a levar dano do bird com exalted, mas a 14 de vida, com ele sem nada na mão e com profane/pulso/finks na mão nunca pensei que pudesse perder o jogo da maneira que perdi. Ele topdeckou um finest hour, o 5/3 passou a 7/3 trample que me atacou 2x, tive que dar ambos os meus bichos ao sacrifício para apenas trocar com o escort e fiquei a 2 de vida.

Irreal.

Com os 5 de mana com que fikei não tinha hipótese de matar o bird (que era letal a 2 de vida), nem destruir o finest hour com o pulso. Se baixasse o finks levava com 2 ataques do bird e morria, se fizesse profane, matava um bicho e reanimava um bloker mas ele tinha 2 fases de ataque e morria na mesma, portanto estava num ponto sem retorno. Acho que foi este topdeck que me eliminou da team nacional.

O 2º jogo teve um desenrolar também estranho porque mais uma vez ele não teve um arranque propriamente agressivo e demorou bastante tempo a dar-me dano. No entanto eu fui a jogo com leech, profane e incremental blight e até ao fim do jogo so comprei lands e vanquishers. Ele encheu a mesa com sowers e random dudes, mas deixou sempre 2 de mana livres. Nesta fase eu já sei que ele joga com negates, portanto tinha que jogar a volta do counter para resolver o blight como o game breaking spell.

Como nunca comprei nenhum spell que ele pudesse sequer contrariar com negate, dois turnos antes de morrer tive que forçar na mesma o blight, que naturalmente foi contrariado e acabei por morrer para sowers a bater no ar.

Não faço ideia se o matchup era suposto ser bom para mim ou não mas pelo desenrolar destes jogos diria pelo menos que mau não deve ser, especialmente com deathmark, snakeform e incremental blights de sideboard.

Anyway, não diria que houvesse alguma coisa que pudesse ter feito diferente durante estes dois jogos. No meio da coisa ainda me consegui equivocar e reanimar um leech exilado com um profane. Só posso dizer que não tinha grave e ao olhar foi a única carta que vi e a única jogada que me ocorreu, mas nunca considerei que fosse ilegal Play…prefiro perder um jogo sem fazer nada do que tentar ganhar a fazer batota, portanto peço desculpa ao Gonçalo. Como ele também não reparou levámos os dois warning e o game state nunca é reposto nestas situações porque ele já tinha comprado carta e jogado spells. Para além de lhe pedir desculpa, resta-me dar-lhe os parabéns e esperar que faça uma boa prestação em Roma.


Este ano temos uma team muito fixe, parabéns a todos. Acho também que foi um dos Top 8’s menos randoms que vi nos últimos anos, e portanto acho que todos os que lá estão de algum modo o mereceram não só pelo evento em si mas por tudo o que está por trás.

Como sempre, continuo a tentar atingir o Pro Tour. Já estou a tentar há uns anos, mas vamos tentar durante mais alguns, hei de lá chegar. Entretanto pode ser que bata algum record de pro points sem ser pró player. Lol. Para o próximo ano a ver se faço top8 no reino unido.


Cumprimentos para todos.

Nunopereira.vet@gmail.com






(Este artigo estará disponível em simultâneo nos sites magicportugal.net e magic.com.pt)

Não há respostas seja o primeiro...
Responder