Boas pessoal!
Trago-vos mais um artigo sobre Modern, desta vez acerca da lista de banidas. Vou explorar um pouco esta lista e dizer quais as cartas que, na minha opinião, deveriam ser banidas, desbanidas ou manterem-se banidas.
O formato inicial
Para o pessoal menos familiarizado com o formato, Modern foi criado em Maio de 2011 como um formato não sancionado no Magic Online, para a Community Cup desse ano. Mais tarde, em Agosto do mesmo ano, foi tornado um formato sancionado para o Magic Online e “impresso”, com o objetivo de ser um formato não rotativo, com uma abrangência menor que Legacy, de modo a ser mais apelativo para os jogadores que não podiam usufruir das cartas caras de Legacy, que nunca iriam sofrer reprint devido à Reserved List.
Modern é então um formato que engloba todos os core sets desde 8th edition e todas as expansões desde Mirrodin. E chama-se Modern porque foi desde estas edições que a Wizards começou a usar a moldura moderna nas cartas (“modern frame”). A lista de banidas original, na versão impressa, era a seguinte:
Ancestral Vision
Ancient Den
Bitterblossom
Chrome Mox
Dark Depths
Dread Return
Glimpse of Nature
Golgari Grave-Troll
Great Furnace
Hypergenesis
Jace, the Mind Sculptor
Mental Misstep
Seat of the Synod
Sensei’s Divining Top
Skullclamp
Stoneforge Mystic
Sword of the Meek
Tree of Tales
Umezawa’s Jitte
Valakut, the Molten Pinnacle
Vault of Whispers
Para esta lista, usaram dois critérios: não permitir que haja decks a ganhar consistentemente ao 3º turno, mas ao 4º já é aceitável, tornando isto num “turn-4 format”; banir cartas extremamente poderosas que já provaram ser boas, tendo dominado um Extended já com a inclusão de cartas com a “modern frame”.
Uma evolução de quatro anos
Ao longo dos anos a lista de cartas banidas foi aumentando. Após o Pro Tour Philadelphia, estas cartas passaram também a figurar na banlist (Setembro de 2011):
Blazing Shoal
Cloudpost
Green Sun’s Zenith
Ponder
Preordain
Rite of Flame
Com
Blazing Shoal, os decks de Infect conseguiam matar consistentemente ao segundo turno. Os post decks conseguiam gerar quantidades industriais de mana ao 4º turno, daí a decisão de banirem
Cloudpost.
Green Sun’s Zenith era o melhor amigo de Zoo. Com ele conseguia-se ter três manas abertas consistentemente ao segundo turno, para além de Zoo ser dos decks mais jogados desta altura. O banimento diminuiu as aparições do deck. As três últimas foram banidas para dar menos consistência aos decks de combo, especialmente Storm.
Em Dezembro de 2011,
Punishing Fire e
Wild Nacatl foram banidos, mais uma vez para travar Zoo. Passado quase um ano sem se mexer no formato, em Setembro de 2012
Valakut, the Molten Pinnacle foi desbanido. A carta foi banida inicialmente porque pensaram que seria um deck dominante, através do uso de
Prismatic Omens. Mais tarde aperceberam-se que o meta tinha evoluído de modo a que este deck pudesse ser competitivo mas não dominante.
Em Janeiro de 2013
Bloodbraid Elf e
Seething Song foram banidos. Nesta altura, Jund tinha-se tornado o deck dominante do formato, devido não só à impressão de
Deathrite Shaman, mas também aos outros banimentos que causaram uma evolução no metagame. Mais uma vez Storm foi bombardeado, tendo perdido a sua quarta carta. Em Maio do mesmo ano,
Second Sunrise foi banido. Stanislav Cifka venceu o Pro Tour Return to Ravnica usando Eggs, um deck que levava quatro cópias dessa carta e matava consistentemente ao turno 4. No entanto, após essa altura, a maior parte dos jogadores montou esse deck por ser barato e ser “bom”. Isto levou a um domínio do deck no metagame, e a um aumento do número de empates em torneios, visto ser um deck que demorava o seu tempo a jogar (o jogador tinha que comprar literalmente o deck todo antes de poder ganhar). Além disso, o deck não interagia com o adversário de maneira nenhuma e era uma “seca” jogar com e contra o deck.
Em Janeiro de 2014
Deathrite Shaman foi banido, tendo sido outra forma de parar Jund e The Rock.
Bitterblossom e [/carta]Wild Nacatl[/carta] foram desbanidos. Passado um ano, em Janeiro de 2015,
Dig Through Time,
Treasure Cruise e [/carta]Birthing Pod[/carta] foram banidos.
Birthing Pod era um deck minimamente justo, mas tornou-se o mais dominante no formato, a par de Delver. Para minimizar o impacto dos decks de Delver, que foram surgindo desde o print de
Treasure Cruise, decidiu-se banir essa carta.
Dig Through Time estava a beneficiar vários decks de combo no formato e seria melhor que
Treasure Cruise nestes decks.
Golgari Grave-Troll foi desbanido. Como
Dread Return continua banido, “who the hell cares”?
Modern atualmente
Sendo assim, a atual lista de banidas é composta das seguintes cartas:
Ancestral Vision
Ancient Den
Birthing Pod
Blazing Shoal
Bloodbraid Elf
Chrome Mox
Cloudpost
Dark Depths
Deathrite Shaman
Dig Through Time
Dread Return
Glimpse of Nature
Great Furnace
Green Sun’s Zenith
Hypergenesis
Jace, the Mind Sculptor
Mental Misstep
Ponder
Preordain
Punishing Fire
Rite of Flame
Seat of the Synod
Second Sunrise
Seething Song
Sensei’s Divining Top
Skullclamp
Stoneforge Mystic
Sword of the Meek
Treasure Cruise
Tree of Tales
Umezawa’s Jitte
Vault of Whispers
Pode-se verificar que houve um drástico aumento no número de cartas banidas, sendo que poucas foram desbanidas. No meu ponto de vista, a solução para o equilíbrio do formato, para um formato variado e mais divertido, passa pelo desbanimento de cartas, de modo a equilibrar os arquétipos mais utilizados e não pelo enfraquecimento desses arquétipos. Atualmente, Modern é um formato maioritariamente Aggro e Midrange, existindo vários arquétipos dentro estes: Jund/Junk, Affinity, Collected Company, Infect, Merfolk, Burn e Delver decks. A maior parte dos decks de combo desapareceu, sendo que todos os que há são Tier 2, à excepção de Twin que é dos mais jogados do formato. Os decks de controlo são inexistentes, à excepção de Tron que tem vindo a ganhar mais popularidade ao longo dos últimos meses. Há cerca de um ano UWR era dominante, mas agora raramente se vê e nas últimas semanas alguns jogadores têm aparecido com Grixis control (que teoricamente é um deck de tempo). A solução? Equilibrar o meta, aumentando os decks de controlo, desbanindo cartas.
Desbanir ou manter banido? Eis a questão…
Passo então ao cerne da questão, falando de cada carta individualmente. Note-se que os desbanimentos que falarei abaixo apenas farão sentido no meu ponto de vista se forem tidos em conta individualmente. Não teria lógica desbanir todas as cartas de uma vez, porque o meta seria alterado drasticamente e para algumas poderem ser desbanidas outras teriam que ficar banidas.
Os 5 terrenos artefactos
Atualmente Affinity é o deck mais agressivo do formato, utilizando como base de mana 8 manlands, 4
Darksteel Citadel e entre três a cinco terrenos opcionais (geralmente 3
Glimmervoid e um básico para se poder ir buscar com o
Path to Exile, mas existem variantes). Aliás, nem sei porque é que o deck se chama Affinity, se a única carta com Affinity que (alguns) levam é o
Thoughtcast. Já não se faz uso do Affinity, apenas do Metalcraft e do poder das criaturas. Estamos numa época bastante diferente da que se vivenciou no Standard de Mirrodin, quando oito cartas de Affinity foram banidas. Penso que se os cinco terrenos fossem desbanidos o pessoal apenas iria jogar com 3 no deck, em substituição dos
Glimmervoid. Contudo, Affinity não precisa disso, visto que o deck já é consistente o suficiente a nível de artefactos. O desbanimento dos cinco terrenos poderia levar apenas a outra abordagem no Affinity, utilizando
Disciple of the Vault como finisher. O desbanimento de apenas um levaria a um provável fortalecimento de Affinity.
O veredito: manter banidos! E mudar o raio do nome do deck para Metalcraft, Cranial Nexus ou qualquer outra coisa que faça sentido…
Ancestral Vision
Ancestral Vision é algo que poderia levar ao crescimento dos decks de controlo. A carta não tem efeito imediato o que não a torna tão abusada como
Treasure Cruise. Além disso, o seu efeito a “longo prazo” não favorece decks de tempo, na medida em que se não for jogada nos primeiros turnos perde bastante o valor. Em controlo isso já não acontece, visto que os decks estão preparados para aguentar bastante tempo. É algo que gostava de ver desbanido e penso que o formato precisa disso, para equilibrar o meta. Contudo, penso que tal não irá acontecer tão depressa, devido ao banimento recente de
Treasure Cruise e
Dig Through Time
O veredito: desbanir!
Birthing Pod
Esta carta é já conhecida do público em geral. Desde o início do formato que o deck onde se inseria foi sempre um dos mais consistentes que existia e várias versões existiram. O deck era bastante consistente porque tinha resposta contra a maior parte das ameças no main deck, indo buscar as cartas com o próprio Pod ou com
Chord of Calling. Geralmente após o sideboard, o Pod saía contra a maior parte dos arquétipos. Para além da gama variada de respostas que o deck oferecia, por vezes também poderia ganhar os jogos com combo. Inicialmente com
Viscera Seer+
Melira, Sylvok Outcast+
Kitchen Finks para vida “infinita”, fazendo Scry “infinito” para ir buscar
Murderous Redcap e dar dano “infinito”. Mais tarde houve o print de
Mikaeus, the Unhallowed, que foi adicionado ao deck durante algum tempo, combando no lugar da Melira.
Cartel Aristocrat foi também adicionado um ano depois para combar no lugar do
Viscera Seer. Por esta altura já havia também versões que em vez de serem Junk eram RUG, dando dano através de criaturas “infinitas”, usando o combo de
Kiki-Jiki, Mirror Breaker mais uma das seguintes cartas:
Pestermite,
Deceiver Exarch ou
Zealous Conscripts. Há cerca de dois anos, foi juntado ou substituído (dependendo das versões) o combo
Archangel of Thune+
Spike Feeder, sendo que o
Archangel of Thune também substituía a Melira no combo. Mais recentemente o deck já jogava sem nenhum combo. De quaisquer das maneiras, o deck ganhava raramente por combo, mas geralmente como um deck midrange. De volta ao cerne da questão, o deck sempre garantiu presenças consistentes em Top 8, mas acentuou-se desde o lançamento de Khans of Tarkir, devido aos decks de Delver que dominaram o ambiente, como eu já falei. Nesta altura, Pod e Delver eram os decks dominantes, isto porque Pod sempre se conseguiu adaptar ao metagame onde estava inserido. Posto isto, penso que Pod foi banido numa altura injusta. O simples banimento de
Treasure Cruise levaria a um enfraquecimento dos Delver decks, que iria levar a um aumento de todos os outros arquétipos, tendo um metagame mais equilibrado. Além disso, penso que esta até seria uma das melhores alturas para desbanir esta carta, visto
Kolaghan’s Command jogar de main em vários decks, proporcionando uma boa resposta pré-sideboard contra este deck.
O veredito: desbanir! E “infinito” está entre aspas porque na verdade isto não acontece no Magic e temos sempre que dizer um número – “quero noves pequenininhos desde aqui até à ponta da mesa”!
Blazing Shoal
Estamos num ponto do metagame onde Infect não é dos decks mais jogados. Contudo, é um deck que consegue matar consistentemente ao 3º/4º turno, tendo ocasionalmente vitórias ao 2º turno (é preciso uma mão deveras perfeita, mas não é impossível). Penso que não é objetivo da WotC aumentar essa consistência, consistência essa que o deck já teve!
O veredito: manter banida!
Bloodbraid Elf
Esta é uma daquelas cartas que fez parte do metagame de Modern durante muito tempo. O principal objetivo do seu banimento foi apenas enfraquecer Jund, de modo a não ser o deck dominante, e foi esta a carta banida por ser a mais injusta, não apenas devido ao facto de ter Haste, mas vir com um spell à borla. Após o seu banimento, os decks de Jund foram substituídos por The Rock e mais tarde por Junk (agora chamado de Abzan). Contudo, agora assistimos a um decréscimo dos Rock e Abzan e a um aumento dos Jund, sendo esta a pior altura para considerar desbanir esta carta. Deve-se aguardar até um momento em que não haja decks BGx, ou que estes sejam poucos dominantes para esta carta poder ser desbanida.
O veredito: manter banida, para já!
Chrome Mox
Esta carta faz parte da lista inicial de banidas. É uma Mox, mas com o drawback de se ter que exilar uma carta da mão, carta essa que deve ser colorida, para adicionar mana, sendo que começar o jogo com duas na mão seria um mulligan quase certo. Não obstante, é um bom acelerador de mana, quando falamos de decks de combo como Twin que seriam os mais beneficiados, ou mesmo grande parte dos decks midrange do formato. Em aggro a carta não me parece tão boa quanto aparenta, devido ao facto de se esvaziar a mão (ainda mais) rapidamente, perdendo um spell e muitas vezes a aceleração da mana não compensar isso. Devido ao seu drawback, é algo que na minha opinião deveria ser desbanido. Contudo, tal não deverá acontecer porque estaríamos a acelerar os decks de combo do formato. No entanto, se olharmos para formatos como Legacy, esta carta mesmo em decks de combo é muito pouco utilizada e penso que tal iria acontecer com Modern, logo após o esterismo dela ser desbanida.
O veredito: desbanir!
Cloudpost
Dezasseis de mana ao 4º turno parece algo brilhante certo? Podemos morrer para algo tão banal como uma
Fireball ou um bixo grande como
Emrakul, the Aeons Torn. A desvantagem é que esta carta entra virada e apenas dá mana incolor, mas nada que não se resolva com um
Amulet of Vigor e um filtro como
Prophetic Prism. Penso que no geral, se esta carta fosse desbanida, o deck onde entrasse seria um misto de Tron e Titan Bloom mas menos consistente e matava apenas a partir do quarto turno, o limite mínimo imposto pela WotC em Modern.
O veredito: desbanir!
Dark Depths
Com Dark Depths, pode-se ganhar facilmente ao terceiro turno. Turno 1: Dark Depths; turno 2:
Urborg, Tomb of Yawgmoth +
Vampire Hexmage; turno 3: Atacar com uma 20/20 com indestrutível e voar. Apesar de se poder ganhar ao terceiro turno, isto não seria assim tão consistente e o combo provavelmente entraria mais facilmente num deck de controlo UB do que num deck apenas virado para o combo. Ou então num deck do estilo Maverick de Legacy, que usa o
Knight of the Reliquary para ir buscar o único Depths que está no deck e uma cópia de
Thespian’s Stage. Posto isto, a carta é boa e a sua introdução no formato iria trazer um abalo, mas não ao terceiro turno, como o exemplo que eu dei acima.
O veredito: desbanir!
Deathrite Shaman
Apresento-vos o melhor planeswalker de Return to Ravnica. Oh, wait… Sim, é quase um planeswalker por um de mana, com três habilidades fantásticas, mas com pernas. Foi durante muito tempo o melhor amigo de BGx e o pior inimigo do Tiago Chan. Gostava de o ver a voltar ao ambiente, mas neste momento BGx são decks dominantes. Iria ser uma boa adição contra Snapcaster Mage e decks que trabalhem com o cemitério, mas também iria tornar os BGx ainda mais dominantes.
O veredito: manter banida para já!
Dig Through Time
Aqui está outra das cartas mais recentemente banidas. Era bastante utilizada em Ascendancy Combo e Scapeshift, dois decks que já não vejo a serem jogados há bastante tempo. Apesar de ser uma carta que pudesse vir a beneficiar decks de controlo, o seu desbanimento iria dar mais consistência a Twin, que por si só já é dos melhores decks do formato.
O veredito: manter banida para já!
Dread Return
Aqui está um dos grandes motores dos Dredge Decks de Legacy. O deck é de facto bastante bom, mas morre para
Rest in Peace. Além disso, em Modern não temos acesso a mais de metade dos outlets que temos em Legacy, sendo que o deck não iria ser rápido e consistente o suficiente como em Legacy, mas seria uma espécie de Living End. Sem acesso a
Breakthrough,
Cabal Therapy,
Careful Study,
Cephalid Coliseum, já para não falar de
Lion’s Eye Diamond, o deck iria ter alguns problemas em fazer os draws, ativando menos o Dredge. E isto porque nem sequer temos cantrips e loots decentes em Modern.
O veredito: desbanir!
Glimpse of Nature
Aqui está uma carta chata. Já a vi jogar em Affinity de Legacy e adorei vê-la em ação, porque é acima de tudo, abusada. E penso que em Modern iria ser semelhante ou até pior, tanto em Affinity como em outros decks, como por exemplo o Mono Green Elves, que também gera quantidades industriais de mana. A diferença é que em Affinity compensa jogar ao primeiro turno, em elves apenas ao segundo, mas se resolver, pode-se garantir uma morte quase certa.
O veredito: manter banida!
Green Sun’s Zenith
Lembram-se porque é que a carta foi banida? Para diminuir a consistência de Zoo. E neste momento não há decks Zoo. Contudo, há Mono Green Elves no formato, e o deck tem vindo a ganhar dominância. Se não fosse pela existência deste deck, eu apoiava o desbanimento a 100, até porque na maior parte dos casos a carta não é tão boa como
Chord of Calling, só mesmo em Mono Green Elves. Em Zoo acaba por ser melhor porque não há um abuso tão grande a nível da mana criada e pode ser jogada ao primeiro turno para ir buscar a
Dryad Arbor e penso que seria proveitoso para o deck. Contudo o melhor é mesmo…
O veredito: manter banida, pelo menos enquanto Mono Green Elves for dominante.
Hypergenesis
Simian Spirit Guide e Cascade into Hypergenesis ao segundo turno. Baixar
Emrakul, the Aeons Torn,
Primeval Titan,
Progenitus e
Griselbrand. Nope, acho que ninguém quer enfrentar a fúria destes senhores todos ao terceiro turno. Mas seria giro se o adversário tivesse
Viscera Seer,
Melira, Sylvok Outcast e
Murderous Redcap na mão!
O veredito: manter banida!
Jace, the Mind Sculptor
Ora aqui está uma carta que muitos odeiam e muitos amam. Eu não odeio este Jace, nem o amo. A época em que ele foi banido foi a época em que eu comecei a jogar Magic mais competitivamente e nunca me aqueceu nem arrefeceu jogar contra ele. Contudo, esta carta não é tão abusada como parece no ambiente atual de Modern. Em Standard foi dominante principalmente por englobar poucas edições. Modern mantém uma gama repleta de várias edições, ou seja, mais hipóteses para fazer frente ao Jace. Além disso, o ambiente está rodeado de decks Aggro, decks que ganham mesmo antes do oponente conseguir baixar o Jace. E o seu desbanimento era um incentivo para haver mais decks de controlo, que são escassos no formato, equilibrando o meta.
O veredito: desbanam para que eu possa adorar este formato!
Mental Misstep
Lembram-se de quando os Guillaumes colocaram o godbook de New Phyrexia na net? Eu lembro-me como se fosse ontem, até porque esta carta (a seguir ao
Phyrexian Obliterator e ao
Batterskull) foi a carta que mais interesse me despertou. O meu primeiro pensamento foi mesmo “olha uma
Force of Will off-color para Legacy”. O que é verdade é que passados alguns meses a carta foi banida em Legacy. Tenho a confessar que é a minha carta preferida de sempre e é uma pena não poder jogar com ela. E já fui a favor do desbanimento dela em Modern, na altura em que não era tão comum haver cartas com o custo de 1 de mana no formato. Mas Modern evoluiu e nesta altura está um formato bastante agressivo, com drops de 1 de mana em todo o lado. Isto deveria parecer a razão perfeita para desbanir a carta mas não é. Até porque é uma carta que pode jogar off-color e iria acontecer isso. Se o formato fosse mais lento, não seria muito problemático, porque nem todos os decks iriam jogar com a carta e os que jogariam não seria com o playset provavelmente. Como o formato é rápido, iríamos presenciar a carta em todos os decks, para contrair os drops de 1º turno, o que iria levar a uma dominância da carta. E andar à guerra do Misstep não é muito divertido.
O veredito: manter banida para já!
Ponder, Preordain, Rite of Flame e Seething Song
Pronto, desacelerámos Storm de tal maneira que o deck já não existe. E agora? Se há um grande problema com Modern é a falta de cantrips decentes. A maior parte dos decks joga apenas com
Serum Visions, sendo incrivelmente a melhor cantrip de Modern. Não será esta a melhor altura para desbanir uma das duas (ou senão mesmo as duas?).
Preordain é bom mas já temos um efeito semelhante. Que tal
Ponder que é soberbo com fetchlands? E se Storm continuar a insistir em querer voltar a dominar o ambiente, que tal banir
Grapeshot e
Empty the Warrens em vez de ter tanta carta banida? E após banir essas duas, que tal desbanir os rituais? Já não seriam muito úteis, apenas se alguém quisesse matar de
Banefire ou
Dragonstorm, e esta última não é tão boa quanto parece visto que os dragões podem ir calhando e ficar presos na mão.
O veredito: desbanam
Ponder pelo menos. É um tédio jogar com
Serum Visions!
Punishing Fire
A carta até pode parecer chata, mas neste momento não vejo nenhum deck dos mais dominantes a poder utilizá-la. Além disso, existem dezenas de opções para os jogadores não irem buscar a carta a partir do cemitério. Como não há muito life gain no formato, neste momento, o efeito de devolver para a mão iria ser pouco relevante devido ao facto de não se poder fazer trigger.
O veredito: desbanir!
Second Sunrise
O hype já passou, já se chegou à conclusão que o deck não é dos melhores do formato, nem nunca foi, e respostas para o deck é o que não falta. Vamos desbanir? Parece-me a altura indicada. Penso que o pessoal não vai todo jogar com isso agora, e penso que aprenderam a lição. Nunca seria um deck que eu levasse a um torneio com rondas de 50 minutos. O pessoal esquece-se que antigamente as rondas no Pro Tour tinham dez minutos a mais, e estes decks lentos até pareciam bons. Além disso, o deck mata geralmente a partir do 4º turno, o mínimo permitido.
O veredito: desbanir!
Sensei’s Divining Top
Apesar de me agradar a ideia de poder jogar com o deck Top de Legacy (sim, a frase tem duplo sentido), penso que isto não iria agradar a muitos jogadores. Afinal de contas, Countertop iria
lockar grande parte dos decks do formato. A combinação é demasiado boa para Modern e era desta que controlo passava mesmo a ser jogado. Contudo, gostava de ver uma versão de Miracles, sem a ajuda da
Counterbalance. O Top não é abusado, a combinação com o Counterbalance é que o é!
O veredito: desbanir para já! Se Countertop começasse a ser dominante, então banir
Counterbalance.
Skullclamp
Ora aqui está uma carta extremamente poderosa por si só. Posso juntá-la a qualquer deck aggro do formato e obter mais card advantage que qualquer deck de combo ou controlo. Basicamente levamos com X dano todos os turnos ou deixamos que o oponente compre duas cartas extra todo o turno. É um nó dado no cérebro praticamente. E já vos disse que isto pode ser feito a partir do segundo turno? A carta é tão poderosa que até em Legacy está banida!
O veredito, segundo as palavras de uma mente brilhante: “desbanam tudo menos a clamp!” by milton18.
Stoneforge Mystic
O melhor amigo do
Batterskull. Penso que o seu desbanimento iria dar azo a uma nova variedade de decks e não iria fortalecer os já existentes. Sem dúvida uma carta que merece a nossa atenção. Não é abusada, apenas quando mete a amiga 4/4 com vigilância e lifelink ao terceiro turno, mas vejam o lado positivo: é melhor levar com esse dano ao 4º turno que morrer para 3174813496842049058231659 fadas 2/1 com voar!
O veredito: desbanir!
Sword of the Meek
Mais uma carta que dá para combar, desta vez com
Thopter Foundry. A produção de tokens pode entrar em ação a partir do terceiro turno ou quarto turno consistentemente. A melhor parte de tudo isto é que são precisas várias cartas para fazer tokens infinitos (ao contrário de Twin, que só precisa de duas por exemplo) e eles não têm haste (mais uma vez Twin parece-me superior em todos os aspetos). Parece-me que mesmo que desbanam a carta, o deck onde ela jogaria nunca chegaria a ser Tier 2 sequer.
O veredito: desbanir!
Treasure Cruise
As espécies de Power Nine acabam sempre por serem demasiado fracas ou demasiado boas. Sobre esta carta não tenho muito a dizer, apenas espero que não a desbanam para não voltarmos à miséria que houve entre setembro do ano passado e janeiro deste ano.
O veredito: manter banida!
Umezawa’s Jitte
Mais um planeswalker na lista de banidas! Ou quase… A Jitte é capaz de ser a carta mais famosa do bloco menos famoso. E não podemos jogar com ela. Mas porquê? É de facto bastante boa e versátil, mas há respostas para ela. E além disso demora o seu tempo até ativar. Penso que não seria dominante se fosse desbanida, mas os decks de Zoo, Jund e Merfolks jogariam provavelmente com duas cópias. Penso que a carta não é muito boa em Delver decks. Além disso temos sempre
Kolaghan’s Command no ambiente!
O veredito: desbanir!
Serão tão poderosas que seja necessário banir?
Após rever a lista de banidas, vou falar de mais algumas cartas que penso que merecem ser discutidas pelo menos. Lembrem-se que isto continuam a ser apenas meras opiniões, com base na minha vivência pessoal. E se eu defendo os desbanimentos, também há certos casos em que não há outra opção senão o banimento, de modo a não termos decks a ganhar antes do 4º turno.
Summer Bloom
Os Bloom Titan decks têm vindo a ganhar popularidade desde o Pro Tour Fate Reforged. E com esta carta é possível que estes decks consigam ganhar ao segundo turno (sim, muito antes do limite imposto pela Wizards)! E como? Turno 1: Land e
Amuleto of Vigor; turno 2: Land,
Summer Bloom, jogar uma karoo, respondendo ao trigger de devolver e adicionando mana e repetir duas vezes, devido à Bloom. Jogar
Hive Mind e um
Summoner’s Pact. Provavelmente o oponente não irá ter mana para pagar o pacto e irá perder. E o deck é consistente o suficiente para derrotar ao terceiro turno e essa consistência em Modern preocupa-me. E porquê esta carta? Porque é a única que permite que o deck tenha essa consistência antes do 4º turno.
O veredito: banir!
Goryo’s Vengeance
Ultimamente também o deck onde esta carta é a protagonista, tem vindo a ganhar popularidade. Contudo, o deck geralmente não mata antes do 4º turno, altura em que já há bastantes repostas para o deck. Além disso, o deck não é dominante, nem lá perto.
O veredito: não banir, para já!
Day’s Undoing
Muito se tem falado sobre esta carta. Ela é de facto
insane e penso que irá ver bastante jogo em Modern, principalmente em Delver decks, Affinity e outros decks agressivos que possam ter acesso à cor azul. Apenas posso dizer que se deve esperar para ver, mas que na minha opinião a carta não irá tardar muito a ser banida.
O veredito: banir caso se prove vir a ser dominante durante os próximos meses!
Kolaghan’s Command
Esta carta tem-se mostrado dominante em vários decks. Proporcionou o retorno de Jund, um novo deck no formato (Grixis) e uma variante de Twin, com a cor preta (e que na minha opinião nem devia existir porque tem uma base de mana má todos os dias). Penso que foi uma carta que ninguém estava à espera que fosse tão boa, mas fez muito bem ao formato. Além disso proporciona resposta contra Affinity de main deck e os decks geralmente levam uma média de duas, nunca chegando às quatro cópias.
O veredito: não banir, para já!
Conclusão
Como podem ver, existem várias cartas que poderiam ser desbanidas e não iriam ser tão poderosas quanto se pensa. Gostava de ouvir a vossa opinião em relação aos factos que mencionei e que cartas pensam que devem ser banidas, desbanidas e continuar banidas.
Até ao próximo artigo! E quando pensarem que há controlo suficiente no formato, lembrem-se disto:
Cumprimentos
Alterado a 7/21/2015 7:41:11 PM por WolfKid