Uma boa pergunta, mas não é uma pergunta de resposta fácil (prepara-te para ler uma parede de texto)...Quando te inicias no processo de construção de decks, ele torna-se um exercício mental com certas questões que tens de te perguntar a ti próprio, e através das respostas a que chegas, ir construindo o deck a pouco e pouco. Posso dar umas dicas, mas isto é mais um guia generalizado do que própriamente um regulamento a seguir.
As primeiras perguntas que fazes têm de ser óbviamente,
"O que é que eu quero que o meu deck faça? Que tipo de deck vai ser este?". A resposta a esta questão vai influenciar tudo no teu deck. O teu deck tem de ter um início, meio e um objectivo final. Há 3 categorias básicas (mas não únicas) de decks, por exemplo será que o teu deck vai ser um Aggro Deck, ou seja um deck muito focado em criaturas e ameaças súbitas que vai querer ganhar rápidamente e em maioria através de dano de combate; se vai ser um Control Deck que vai querer interferir com as cartas do oponente (i.e. anulares, efeitos de destruição global, etc) enquanto corre rápidamente pelo teu deck através de efeitos de compra terminando o jogo com Planeswalkers ou criaturas poderosas de alto custo; ou se vai ser um Combo Deck baseado na sinergia ou interacção entre um grupo pequeno de cartas que em conjunto produzem um efeito poderoso que te dá uma vantagem ou vitória imediatas. Não te querendo limitar a estes 3 tipos, até porque há muitas estratégias especificas a certas temáticas, a lição que tens de tirar daqui é que a estratégia que escolhes tem de ser uma estratégia dedicada e consistente no teu deck. As cartas tem de construir essa estratégia, ou apoiá-la. Caso contrário, não são relevantes ao deck.
Sabendo que tipo de deck vais querer montar, as próximas questões são
"Que cores entre as cartas que tenho/quero usar são mais aptas a esta estratégia? Que cartas são mais eficientes para a estratégia em efeitos bem como em termos de custo de mana?". Um deck pode ter múltiplas estratégias e ser eficiente, mas tenta ter sempre um Plano A a qual te dedicas primáriamente, enquanto o Plano B ou o C são opções alternativas que funcionem bem umas com as outras. As cartas que escolhes têm de se adaptar bem à tua estratégia, caso contrário só diluem o deck e tornam-no inconsistente. Que tipo de cartas escolhes também são em maioria definidos pela estratégia do deck, por exemplo um deck Aggro quer muitas criaturas, um deck de Control gosta mais de anulares, efeitos de destruição, compra de cartas, etc. Podes escolher entre muitas cores para uma dada estratégia, mas certos efeitos encontram-se mais em determinadas cores. Anulares são mais predominantes em azul, efeitos de dano directo são mais predominantes em vermelho, por aí fora.
O custo de mana também tem de ser algo que tens de ter em conta. Tens de imaginar como queres que os teus turnos corram, desde o turno 1 até ao fim ideal de jogo. Um deck Aggro quer começar a baixar ameaças o mais cedo possível, por isso cartas que custem 1, 2 ou 3 manas são prioritárias, maioritáriamente criaturas. Um deck de Control não faz muito no início do jogo, só se tornando mais activo no meio e fim, por isso apesar de ter cartas de 2 ou 3 manas (normalmente anulares e efeitos de compra), as suas ameaças vão começar a surgir em cartas de 4, 5 ou mais manas.
A pergunta seguinte é
"E quantidades?". Não pensando ainda nos terrenos, a tua estratégia principal é a que vai consumir mais espaço no teu deck. Se há um objectivo ao qual queres chegar mais consistentemente, então é normalmente boa ideia que essas cartas que produzem esse objectivo tenham mais quantidade dentro do deck. Se tiveres um deck cheio de cartas a 1 ou 2 cópias, não as vais ver tanto ao jogar, e consequentemente não as vais jogar com tanta frequência. Se essas forem cartas fulcrais para o início e meio do jogo quando precisas mesmo delas, elas não aparecem quando as queres e então a estratégia do teu deck fica inconsistente. As cartas de suporte também têm de ser bem pensadas em quantidades, algumas vão querer mais espaço no teu deck do que outras. As cartas para os planos alternativos não vão ocupar tanto espaço no teu deck.
Depois vem a pergunta que mais encalha o pessoal novo nisto:
"Que tipo de terrenos quero? Quantos quero no deck?". Sem mana não jogas nada por isso sem terrenos suficientes para a produzir não tens jogo. Tens de olhar bem para que cartas em que cores estão em que custos de mana e em que quantidades, e dividir os tipos de terrenos de acordo com isso. Quanto às quantidades no total, diferentes tipos de deck requerem diferentes quantidades de terrenos. Um deck com muitas cartas baratas (por exemplo um Aggro com muitas cartas de 1-3 manas) pode safar-se com algo na casa dos 20 terrenos ou um pouco menos. Um deck que se foque mais no meio e finais de jogo (como um Control) vai sentir-se mais confortável com 24 a 26 terrenos. Vai depender sempre da velocidade desejada do teu deck.
A pergunta final é sempre
"O que posso fazer para melhorar o meu deck?", e esta é respondida por prática e teste. Assim que constróis o teu deck, testa-o imediatamente. Faz múltiplos jogos sozinho ou acompanhado e verifica que cartas estão a sair nos sitios e alturas certas, e que cartas não estão a cumprir com esse objectivo. Através disto altera constantemente a quantidade dessas cartas. Vê que cartas são eficientes e que cartas não estão a produzir resultados desejáveis, com isto vê-te livre destas últimas e experimenta outras opções ou aumenta a quantidade das que estão a portar-se bem. É tudo uma questão de ires experimentando e limando as arestas do que pode ser melhorado.
Outra coisa que é sempre recomendável é ires estudando decks pela net ou de amigos mais experientes. Vê como decks por esse mundo fora estão estruturados e tenta entender o porquê dessa estrutura. Quantas mais estruturas consegues entender, mais fácilmente vais conseguir escolher uma para um deck que decidas fazer em casa. Observando decks diferentes também é uma opção boa para ganhar ideias para decks novos.
Cumps
Alterado a 3/25/2014 6:31:01 AM por S1NE4T3R