Bem... a memória pode estar a falhar-me em relação ás datas, mas esses foram, respectivamente, os decks dos campeões mundiais de 97,98 e 99.
Não sei se fizeste bem em escolher estes 3 decks para compara porque são completamente diferentes em tudo, desde a filosofia de jogo, meta-game da altura... não há grande ponta por onde pegar para fazer uma comparação a não ser no seu nível de qualidade.
Quando o Jakub ganhou o Mundial em 97 com o "5color black" (andava eu a brincar com o meu primeiro Necro) o formato era extremamente variado porque ainda não havia o fenómeno generalizado de "netdecking" (apesar de já haver bastante partilha de informação) por isso o deck dele estava bem adaptado a lidar com os decks mais conhecidos da altura (Counter-Post, Necro, Counterburn,etc) e preparado para enfrentar uma quantidade enorme de "rogue decks" porque tinha as criaturas mais eficientes da altura, uma estratégia bem delineada e muita flexibilidade nas várias maneiras de jogar com o deck em função do adversário (muito por custa do trio Nekrataal/Man-o-War/Uktabi).
No ano seguinte o Rec-Sur (penso que foi o Brian Selden que ganhou, mas não tenho a certeza, só me lembro que nesse ano eram 7 Americanos no Top8 e lá pelo meio o Lévy) era o deck "estrela" do formato (porque era mesmo o melhor deck) graças ao motor/tutor fantástico do
Survival of the Fittest e à capacidade para jogar consistentemente
Spirit of the Night e
Verdant Force ao 3ºturno, o que num formato privado de
Swords to Plowshares era mais do que a maioria dos decks podia acompanhar (O que os jogadores da altura não teriam dado para terem
Path to Exile). Moral da história, Slight tinha
Cursed Scroll por isso ficou em 2º e Rec-Sur era absolutamente fantástico por isso ficou em primeiro.
Segundo li na altura o Selden ganhou todos os mirrors que apanhou porque se lembrou de meter as
Lobotomy em main-deck...esperto o rapaz!
O ultimo será provavelmente o mais conhecido pelos jogadores actuais. Porque foi o mais recente, porque foi o deck que deu ao Kay Budde o titulo Mundial e porque foi a introdução dos decks baseados em artefactos (o Finkel ganhou no ano seguinte com "
Tinkerdeck"), pelo menos dos bons decks de artefactos
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.
O nível de poder deste deck de
Wildfire era gigantesco para a época e para o formato... acredito que o Rec-Sur do ano anterior lhe podesse ter dado bastante luta com uma boa mão, mas o deck de 97 teria sido total e completamente aniquilado (acreditem, joguei com versões ligeiramente personalizadas dos 3 e sei do que falo) assim como provavelmente o seriam quase todos os deck do actual formato de T2, porque este deck (assim como o do Finkel no ano seguinte) tinham uma capacidade de aceleração completamente absurda para um formato restrito como é T2. Eu que joguei com (e contra) o deck sei como é dificil bater esta sequencia:
1º turno- Ancient Tomb, Grim Monolith
2º turno- Mountain, Voltaic Key, Covetous Dragon
3º turno- Mountain, 2ºCovetous Dragon, ataca para 14
4º turno- Ataca para 2, Wildfire (aka esquece essa Colera que tens na mão rapaz)
G G
Se isto é ridiculo nas mão de qualquer um, imaginem nas do Kay Budde!
Este tipo de arranque actualmente já não é possivel em T2 por razões óbvias... é o tipo de arranque que faz com que jogadores meramente razoáveis ganhem PTQs.
No geral, estes decks eram os melhores que haviam em T2 na sua altura (5colorBlack não era "claramente" o melhor, mas era suficientemente bom para um jogador com a inteligencia do Jakub Slemr) e foram vencedores naturais. Muito do seu sucesso deveu-se as capacidades dos jogadores mas são decks muito bons (ou foram, no seu tempo).
Raios... e eu que tinha dito a mim próprio que só ía fazer um pequeno comentário
Alterado a 04-04-2009 11:46:01 por flavioalves