Loja Fórum Lista de Decks Construir Deck Chat (beta)


Fórum MagicTuga.com


-->Fórum --> Artigos-->[entrevista] À conversa com...Nuno Costa Responder
Apenas para utilizadores registados!

Link directo: topico.asp?topico=61068

UtilizadorResposta

egg_power

De: Lisboa
1/21/2009 2:27:39 PM
[entrevista] À conversa com...Nuno Costa



Quais são os teus principais objectivos para 2009?

Não vou colocar objectivos pessoais em termos de Pro Players Club ou nada desse género, vou apenas jogar torneios calmamente com uma mentalidade ganhadora, dado que os objectivos que tenho, no que diz respeito ao Magic para 2009, são os mesmos tenho desde que comecei a jogar (há 10 anos) e sempre hei-de ter: ganhar todos os torneios que jogue.
Apesar de saber que isso não vai acontecer, em minha opinião encarar um torneio sancionado de outra forma que não seja essa é estar a perder tempo.



De que forma um jogador random que se qualifica para um torneio internacional poderá mudar a sua filosofia em termos de playtesting e análise do metagame de modo a obter um bom desempenho no torneio?

Essa pergunta torna-se difícil de responder, dado o formato dos Pro Tours este ano.
No formato antigo (Limitado ou Construído), a filosofia de quem se qualificava devia ser, acima de tudo, conhecer o formato. Isso não implica conhecer todos os baralhos possíveis, mas sim saber quais as cartas mais relevantes, dado que hão-de haver sempre, em todos os Pro Tours, baralhos dominantes.
Dado o formato misto deste ano dos Pro Tours, esse conhecimento tem que ser ainda mais relevante, pois não se pode concentrar apenas em fazer um bom “draft” ou 3 ou 4 boas rondas de construído.
Acima de tudo, o importante, para mim, é sentir-se à vontade com as cartas com que se joga e saber quais as jogadas do outro lado que podem influenciar as nossas decisões (ex: contramágicas, remoção em massa, dano directo, etc).



De uma forma geral, como avalias a qualidade do magic e dos seus jogadores em Portugal?

O Magic em Portugal sofre de um grande problema já há alguns anos, que é o facto de estarmos perante uma pirâmide invertida. Se no topo temos jogadores que conseguem alcançar grandes resultados a nível internacional, na base temos uma estagnação da evolução, ou seja, não existe uma convergência natural de começar da base e evoluir para o topo.


Em que sentido poderá melhorar esse aspecto?

A única forma de evoluir, a meu ver, é perder muito contra os melhores jogadores. Pode parecer um contra-senso, mas não se evolui a jogar contra jogadores que sejam piores que nós, pelo simples facto que não se aprende nada.
Só vendo e percebendo porque é que um jogador melhor que nós faz determinada jogada, ou porque age de determinada maneira, é que se pode evoluir.
Recordo um jogo que vi num dos primeiros Grand Prix em Portugal em que o adversário do Hall of Fame Dirk Baberovsky fez ao 1º turno ritual preto, ritual preto, negador phyrexiano, eskirge esvoaçante, e quando ao 2º turno faz uma coacção o Baberovsky concede o jogo para não dar informação extra ao adversário pois sabia que já tinha o jogo perdido, mas queria obter mais informação sobre as cartas do adversário. Muitas vezes acusam-me de não conceder jogos perdidos, mas isso não tem a ver com teimosia, tem a ver com a informação que podemos adquirir, nomeadamente no formato limitado.



Jogador mais influente para ti no magic?

Apesar de ser óbvio pelo facto de ter um irmão gémeo que também joga a um nível elevado (Frederico Costa), a influência mais forte que tive foi sem dúvida do grupo de jogadores de Massamá que jogavam quando comecei (Renato Graça, Rafael Brito, Pedro Morais, Nuno Cunha, Ruben Figueiredo), pelo simples facto que o Magic fez com que nos tornássemos amigos e a amizade fez com que nos tornássemos melhores jogadores, apesar de, neste momento, apenas eu e o meu irmão dedicarmo-nos ao jogo mais afincadamente.


Jogador mais underrated português?

Existem muitos jogadores underrated portugueses, pois a Old School do Magic português só aparece nos nacionais e num ou dois PTQs por ano.
Quando comecei a jogar, nos tempos da “quinhentola” da Arena de Lisboa, haviam torneios de 50 ou 60 pessoas todas as semanas em que podiam ganhar o torneio 30 jogadores diferentes e ninguém ficava surpreendido.
Por isso, jogadores estilo Ricardo Ramião, Kunyoshi Hishii, Luís Sousa, Rui Mariani, Nuno Balseiro, Pedro Velhinho, entre muitos outros (apesar de não os indicar, eles próprios sabem que se incluem aqui), não são tidos muito em conta quando jogam porque poucos os conhecem, mas conseguem sempre alcançar bons resultados nos (poucos) torneios que jogam.





Jogador mais overrated português?

Com o nível de Magic em Portugal não podemos falar de jogadores overrated, por isso acho que o único que posso incluir é o Márcio Carvalho, pois apesar de ser o segundo melhor jogador do Mundo da actualidade, muita gente acha que é o melhor (sorry puto, mas como te disse em Memphis, para mim o Paulo Vítor Damo da Rosa é o melhor neste momento…mas este ano acredito que me vais fazer mudar de ideias).


Os cinco melhores jogadores portugueses de sempre?

Neste aspecto, creio que existem dois jogadores que se destacam dos outros a nível de jogo e resultados, que são o Márcio Carvalho e o Tiago Chan, tanto mais que ambos alcançaram o nível mais elevado que existe no circuito profissional. Depois destes dois, acho que existem jogadores muito equilibrados entre si mas que não justificam o título de “primus inter pares”, por isso os outros três vou incluir com base nos resultados internacionais alcançados até hoje. Assim temos o Frederico Bastos, André Coimbra e o Paulo Carvalho, dado que são os outros portugueses que alcançaram pelo menos um Top 8 num Pro Tour.


Quais os 5 jogadores com maior evolução nos últimos anos?

Tendo em conta que um ano em Magic é quase uma eternidade e que não tem existido grande evolução no Magic português, como referi antes, vou sublinhar apenas aqueles que considero que, efectivamente, tiveram uma evolução digna desse nome. Nesse aspecto destaco dois ex-campeões nacionais, o Mauro Peleira e o Igor Barreiras, o Tiago Fonseca, o Gonçalo Pinto e o Paulo Carvalho.
Em minha opinião houve uma grande diferença entre o “antes e depois” nestes jogadores (apesar de alguns deles já terem revertido novamente para o antes).
Apesar de haver outros jogadores que melhoraram o seu nível, acho que sempre foram razoáveis e conseguiram aproveitar uma ou outra oportunidade, ou então sempre foram maus e tiveram sorte num ou noutro torneio.





Na tua opinião, o metagame dos worlds foi o esperado?

Relativamente ao metagame do Worlds, no 1º dia (Standard) estávamos a contar com um confronto entre os baralhos de fadas e os baralhos de procissão espectral, por isso acho que foi exactamente o que esperávamos, apesar de, como sempre, surgirem baralhos novos e diferentes.
Relativamente ao 3º dia (Extended), o metagame era imprevisível, pelo que apenas previa-se que houvesse muitos baralhos de zoo, de fadas e de elfos, sendo que elfos até não foi muito jogado, que me lembre.
Acho que em geral conseguimos uma boa previsão do metagame do Worlds, dado que não apareceu nenhuma surpresa estilo o baralho de elfos no Pro Tour Berlim, e estávamos bem preparados para todos os baralhos dominantes.




Em relação à próxima season de Extended, qual será a melhor opção de deck?
Em relação à próxima season de Extended, só existe uma opção: jogar com o baralho que se sintam mais à vontade, mesmo que sintam que têm confrontos desequilibrados, dado que provavelmente em 7 rondas é possível que joguem contra 7 baralhos diferentes, dada a qualidade das cartas disponíveis.


Com o vislumbrar de algumas cartas de Conflux, que opinião tens sobre esta edição e o impacto que terá no jogo?

Normalmente o impacto de uma expansão pequena só se sente passados vários meses, e irão aparecer cartas que no início não pareciam ser jogáveis a ter um papel determinante nos diversos metagames, o que aliado ao facto de não termos ainda a lista completa, faz com que esta questão seja muito relativa. No entanto, posso garantir que a carta “Path to Exile” vai mudar muito todos os formatos construídos, pois apesar de não ser tão boa como a sua precedente “Swords to Plowshares”, torna todas as criaturas muito mais vulneráveis, fazendo com que jogar com baralhos como o “All-In Red” de Extended se tornem (ainda mais) verdadeiros desafios à sorte.


Alguns conselhos que queiras deixar à comunidade...

O único conselho que tenho para dar a todos os jogadores é que se divirtam quando jogam Magic, mesmo quando perdem, dado que tudo isto não passa dum jogo em que ninguém consegue ganhar todos os jogos. Quando perderem, não se queixem do “Mana Flood” ou do “Mana Screw” mas sim analisem porque não fizeram “Mulligan” a determinada mão ou porque fizeram determinada jogada quando, provavelmente, havia decisões melhores.

Hugo_Lopes

De: Loulé
3/18/2009 9:19:05 PM
artigo
Muito bom artigo.
Responder

[1]