Continuando com a sequência de reports dos regionais de 2010, esta semana vamos ter um dos mais caricatos reports de sempre escrito pelo Pedro Rodrigues.
O Pedro qualificou-se com o deck Polymorph e sem cartas de sideboard!
Absolutamente hilariante!>Como ser Noob e ir ao Nacional
Este report diz respeito ao regional de Évora no passado dia 2 de Maio. É uma história curiosa e que na minha opinião e das pessoas que participaram no torneio comigo, deve ser relatada.
O meu nome é Pedro Rodrigues (nickname Sheriffe), sou de Loulé e fui convidado a ir, com uns amigos de Vila Real de Santo António, a Évora, no sentido de ir ao torneio regional, mas não para jogar, pois o meu propósito lá era vender cartas, isto porque deixei de jogar Magic the Gathering há 7 anos.
Assim, fomos um grupo de 5, dois para jogarem, dois para passearem (incluindo eu) e uma rapariga em trabalho académico. O nosso maior inimigo sempre foi o timing, isto porque sai do emprego às 8h00 da manha, tive que passar por Faro e depois ir a Vila Real de Santo António recolher os restantes elementos da equipa aventura. Sei que arrancamos do Algarve eram 9h15 (o check-in era das 10h00 as 11h00), ora fazer 220km em menos de 2 horas numa estrada nacional, era tarefa impossível! Felizmente o nosso colega André (nickname Bolha), tinha um contacto dentro do torneio que nos ia orientando e adiantando a burocrática inscrição no torneio (principalmente preencher a folha de listagem do deck).
Após vir a abrir e armar-me em Colin McRae pelas planícies Alentejanas, chegamos a Évora eram 11h15, e que já não bastasse estarmos atrasados, encontrar o local exacto era outra aventura, acho que nem com GPS se ia lá! Mas lá nos orientamos e conseguimos encontrar.
A primeira imagem que tenho é tudo a porta a espera que o torneio começasse. Nós entramos com toda a gente a olhar como quem diz: “ora ai estão os anjinhos que se atrasaram, ai ai” vi que alguns não gostaram da nossa vinda atrasada, mas enfim...
No check-in, dado pagamentos por parte dos meus amigos Damien (nickname Syrokeen) e André, o organizador pergunta-me se eu queria participar, no qual eu respondo que não, alias nem baralho tinha! Mas o André (o homem das surpresas) retira um deck da mochila e diz “toma e joga”, no qual eu recusei novamente, pois ia perder logo e nem conheço as cartas das novas edições, ou seja, ia fazer figura de Urso. Mas o organizador lá me convenceu a participar, dizendo que assim não dava número impar, que eram sempre mais, mais top e etc. Aceitei então jogar. Era o pessoal a sentar-se (já o meu nome estava para jogar), estava o André ainda a preencher a ficha do deck, eu a procura do sideboard do mesmo e nem tive tempo de ver se quer uma única cor que o meu deck jogava. Conclusão, tive que jogar sem sideboard, e sem conhecer o deck. A única coisa que o André me disse foi, é fácil de jogar e ganha ao 4.º turno...
Polymorph
2 Emrakul, the Aeons Torn
7 Forest
4 Island
4 Halimar Depths
4 Khalni Garden
4 Misty Rainforest
4 Deprive
4 Polymorph
4 Explore
4 See Beyond
4 Into the Roil
3 Garruk Wildspeaker
2 Jace, the Mind Sculptor
4 Ponder
4 Growth Spasm
2 Vines of Vastwood
Sideboard
(Não Tem)
RONDA 1: JUND
• A 1.º ronda foi vergonhosa para mim e para o meu adversário, isto porque em cada turno eu tinha que ler as cartas, fazer pausas para perceber o que jogar e etc. Eu disse logo ao meu adversário (infelizmente não decorei os nomes dos meus adversários, mas este foi o felizardo, ganhou-me com um Jund), já ganhaste, não te preocupes, porque eu não sei como é que um baralho ganha com criaturas 0/1 (fichas que entram com os terrenos Khaldi Garden). A não ser que fosse com as criaturas 3/3 que o Garruk Wildspeaker metia, fazendo a ultima habilidade, dando +3/+3 e atropelar a todas as minhas criaturas até ao final do turno (era assim que eu pensava que o baralho ganhava quando o vi). Eu queria ir embora logo naquele momento, inclusive mandei sms a um dos meus amigos a dizer algo do género: “tire-me daqui!”, sentia-me mal num meio que para mim já não fazia parte da minha vida há muito, depois o ambiente de jogadores muito profissionais, de pessoal que se dedica a 100% ao Magic e o rigor com que se estava a jogar, deixava-me sem vontade de participar... mas enfim, felizmente tive o apoio dos meus amigos, admito isso! O deck com que estava a jogar é conhecido por Polymorph, em que o seu objectivo é pôr o Emrakul, the Aeons Torn ao 4.º turno, e acreditem, nos jogos todos, consegui o fazer 8 vezes... Obviamente que perdi o 1.º jogo (0-2), pois para mim era tudo Chinês. Felizmente o meu adversário, após jogo, explicou-me o funcionamento do deck, no qual me fez logo um Flash na cabeça, afinal o deck tinha forma de ganhar... e sim, com o jogo que tinha de mão, podia o ter ganho.
RONDA 2 JUND
• Na 2.º ronda, tudo foi diferente! Apanhei novamente um Jund (o que não faltava no torneio eram Jund’s), como ainda estava fresco com o deck perdi o 1.º jogo, mas no 2.º jogo, veio a mão perfeita e lembro-me de pôr o Emrakul, e a reacção do meu adversário foi arrumar automaticamente a mesa e dizer: “vamos ao próximo”. A partir daqui nada me parou, ganhei-o por 2-1. Uma vez que percebi o deck, senti-me a vontade para jogar com confiança e acima de tudo com inteligência.
Depois da 2.º ronda veio a pausa para almoço, ora como estava de visita a Évora, queria almoçar num restaurante normal, sem ser fastfood, o que existia com variedade, o problema é que, estavam todos completos, nem uma única mesa tinha-mos para comer, e era-mos 5 cheios de fome! O André lá sacou das sandes da avó dele e se desenrascou, agora a restante equipa, teve que procurar bem, mas lá encontra-mos um, refugiado mas parecia bom. Após fazer o pedido, apercebemos que o torneio estava para começar novamente. Não tivemos tempo para comer, deixei o meu cartão Multibanco com um dos meus amigos para pagar a conta e lá fomos. Sem comer e sem dormir, estava num estado lindo mesmo...
Chegando ao torneio, a organização tinha-se esquecido da chave dentro do pavilhão, no qual estava tudo a espera de uma nova chave. Concluindo, eu e o Damien passamos fome para nada... Já estava de tal forma frustrado com o encaminhar do dia que queria dropar, já estava farto de tudo isto... Mas novamente convencera-me a continuar! Isto porque ainda tinha hipóteses de passar, estando eu a 1-1. Eu não queria saber se passava ao nacional ou não, aliás ganhar 4 jogos de seguida para mim era algo impossível, eu queria era comer e descansar...
Nota: Quem quiser abrir um negócio, acreditem, abram um restaurante em Évora, dá dinheiro de certeza.
RONDA 3 MYTHIC
• Na 3.º ronda apanhei um Mythic, perdi logo o 1.ºjogo, pois um Baneslayer Angel ao 4.º turno dói, ainda por mais quando é a carta que ando a procura... O meu oponente ainda perguntou o porquê que não usava sideboard! Pois, não o tinha... Mas desculpem que diga, uma 15/15 ao 4.º turno, nem com 2 Baneslayer’s iam lá, foi sempre a fazer estragos, porquê que haveria de precisar de sideboard? Sei que com sideboard, teria feito jogos muito melhor e com qualidade, mas safei-me sem ele. No momento em que o Emrakul entrava, não existia o próximo turno, era arrumar a mesa. Acabei por ganhar por 2-1.
RONDA 4 UW CONTROL
• Na 4.º ronda, surgiu-me um U/W control, bem feito e organizado, no qual tive que jogar muito na defensiva e tive que usar muito a cabeça, sempre com receio das anulas contra o meu Polymorph e tentando controlar o jogo com o meu Jace, the Mind Sculptor, admito que demorei muito até conseguir pôr o Emrakul. Mas consegui ganhar por 2-0.
RONDA 5 OPEN THE VAULTS
• Na 5.º ronda, já diziam na brincadeira que ainda ia ao nacional, no qual eu ria-me e ainda gozava com a situação. Apanhei um Open the Vaults. Foi o adversário mais competente e azarento com quem eu joguei. Muito profissional mas acima de tudo realista, sempre a favor do jogo limpo e puxava pela razão. Ganhei-o por 2-0, mas admito que foi duro. O primeiro jogo, o Day of Judgment estragava sempre a minha mesa, felizmente para mim, ao meu adversário faltou-lhe sempre mana. No 2.º jogo, o meu adversário fez um erro que lhe custou a ronda. Fez um Oblivion Ring sobre a minha ficha 0/1, em vez de esperar que o Emrakul entra-se para fazer sobre este (ele não sabia que podia visar o Emrakul com o Oblivion Ring). Ganhei-o por 2-0. Deu-me pena dele, mas o Magic é isto. (Não sei o teu nome, mas fica um abraço da minha parte).
RONDA 6 MYTHIC
• Na 6.º e última ronda foi contra uma rapariga, apanhei mais um Mythic. Ganhei 2-0 facilmente, pois a minha oponente nunca esteve a vontade com a mana, e nunca lhe vinha jogo. O jogo mais fácil que tive de ganhar, foi o último mesmo. Mas ela também não teve sorte nenhuma.
Fiquei em 2.º lugar no torneio, sem sideboard, sem conhecer as novas cartas, com uma directa e esfomeado, mas vou ao nacional.
Agora qual o deck que levo ao Nacional, isso ainda não sei…
Para quem é Noob como eu, só tem que acreditar, nada é impossível, qualquer um faz o que eu fiz, tenham fé e boa sorte para os regionais.
Cumprimentos a todos.
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