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De: Lisboa
7/4/2006 1:37:26 PM
Porquê?
Imaginem que vão jogar um torneio de extended, e levam convosco um baralho preto e verde agressivo, vulgo Aggro-Rock. Chegam às 10 da manhã para se inscreverem e após a demora do costume é finalmente afixada a primeira ronda, que começará logo após a pausa para jantar. Vocês procuram o vosso nome, e vêem o do vosso adversário, e a vossa mesa. Ao chegar à mesa encontram uma cara desconhecida, algo que até vos parece favorável visto que pelo menos evitaram jogar logo contra os ‘’pros ‘’ do costume. Baralham o deck, tiram sete cartas e eis que a vossa mão é Birds of Paradise, Ascetic Troll, Sword of Fire Ice, Duress e três terrenos. O vosso adversário ganhou ao dado e começa com Chrome Mox, imprimindo uma carta branca, floresta, Sakura Tribe-Elder. Qual é a vossa jogada de primeiro turno?

Recapitulando, têm hipótese de baixar o Bird para ter Troll ao segundo turno, ou Duress para verem a mão do adversário. Pensem um pouco que já voltamos a esta jogada.

Este exemplo pode não parecer muito complicado, mas o facto é que nesta situação e em outras semelhantes tenho visto a maior parte das pessoas tomar a decisão errada, e quando lhes pergunto porque o fizeram a resposta mais comum é ‘’porque achei que era a melhor jogada ‘’. E volto a perguntar e essa pessoa hesita, pensa um pouco, e normalmente responde outra vez com algum argumento pouco válido ou com uma reafirmação de que era apenas a jogada certa. O que me leva ao tópico principal deste artigo:

Sempre que fizerem uma jogada têm de saber porquê!

Magic é um jogo de estratégia, de gestão de recursos, um jogo onde tentamos trazer problemas ao adversário e soluções aos problemas que ele nos traz. Como tal é matemático, calculável e racional. Em Magic não há espaço para instinto e intuição, e se têm que pensar à frente e ter uma percepção do que pode ou vai acontecer é porque é um jogo com uma componente aleatória, mas mesmo assim essa percepção tem de ser baseada em possibilidades e probabilidades, não em simples palpites. Desde o primeiro terreno que põe em jogo até ao à altura certa para dar o ultimo ponto de dano, todas as jogadas têm de ser pensadas antes de serem feitas, e quanto mais fizerem isso menos erros farão de certeza. Demasiadas vezes vejo jogadas que foram feitas sem razão aparente, e quando tenho uma decisão entre duas cartas e jogo uma sem decidir porque era essa a melhor, então já sei que cometi um erro.
Mas de certo que nesta altura estão vocês a pensar que não vos estou a dizer nada de novo, que tudo isto é óbvio, mas não é bem assim. Se para as jogadas mais simples como saber qual o terreno a baixar não é nada de transcendente, então para as mais comuns, que são decidir entre qual das duas cartas na mão baixar num determinado turno já pode ser mais complexo do que aparenta. Então desenvolvendo um pouco a ideia inicial temos:

Sempre que fizerem uma jogada têm de ter uma BOA razão!

Uma das qualidades para ser bom jogador é saber os motivos de cada jogada e agir de acordo com eles. Sempre que pergunto a jogadores como o Tiago Chan ou o Márcio Carvalho porque fizeram determinada jogada que eu não compreendo já sei que vou obter uma de apenas duas respostas possíveis: joguei mal, o que é raro, ou porque (inserir razão válida aqui dependendo do cenário em questão). Nunca me dão respostas do género: não sei, pareceu-me melhor na altura, porque sim ou e ‘’porque não? ’’.

Voltando ao cenário em questão a jogada certa seria baixar o Bird, passar e esperar fazer Troll ao segundo, Sword e Duress ao terceiro. Então e porque não fazer o Duress ao primeiro turno? Temos argumentos válidos para o fazer. Primeiro o nosso adversário vai ter quatro de mana disponível ao quarto turno e nós não sabemos com que baralho estará ele a jogar, logo com a informação do Duress poderemos jogar melhor porque já sabemos o que esperar. Mas então porque é que esta jogada é a errada? Simplesmente porque se baixarmos o Troll ao segundo é de certeza uma boa jogada, enquanto que jogar o Duress pode não o ser, é apesar de haver a possibilidade de perdermos o jogo por não ter feito o Duress, essa possibilidade é remota e não temos qualquer dado que nos indique isso. Então podemos concluir que:

Entre uma jogada que é de certeza boa, e outra que pode ser melhor ou pior, a primeira é a jogada certa!
No caso de jogar o Duress primeiro e isso nos ganhar o jogo por retirar uma carta chave de um combo que não esperávamos não quer dizer que essa fosse a jogada certa na altura, porque para avaliar a validade de uma determinada jogada nós temos de ter em conta o cenário em questão, e não possibilidades remotas que nem sequer temos conhecimentos suficientes para podermos identificar quais são.

Então e como identificar qual é a jogada certa?

Com a complexidade deste jogo não podemos resumir tudo a uma simples razão, mas posso vos dar os principais aspectos que devemos ter em conta quando temos de optar entre duas ou mais jogadas possíveis.
Primeiro temos os conceitos que mais proáctivos, que dizem mais respeito a como vamos desenvolver o nosso jogo.

Optimizar a mana.

Se tivermos quatro de mana disponível, e duas criaturas na mão, uma de custo três, e outra de custo quatro, se elas tiverem as duas o mesmo impacto no jogo então vamos querer baixar primeiro a criatura de quatro para aproveitar a mana toda, porque no turno seguinte poderemos assim baixar a criatura de três e ainda ficar com dois de mana disponíveis se baixarmos terrenos para podermos fazer algo mais relevante. Este é um conceito básico que a maior parte dos jogadores de Magic percebe perfeitamente.

Estratégia do deck.

Um exemplo actual disto será ter de escolher entre um Sakura Tribe-Elder e um Watchwolf para baixar ao segundo turno. Se pretendemos ganhar rapidamente a atacar antes que o nosso adversário possa reagir com algo relevante então devemos baixar o Watchwolf porque é obviamente mais agressivo, enquanto se pretendermos desenvolver a mesa sem falhar baixar terreno e chegar às nossas maiores ameaças rapidamente então o Sakura é a decisão certa.

Estratégia na mão.

Voltando ao exemplo acima, se apesar de querermos baixar as cartas mais relevantes do que o Watchwolf não as tivermos na mão, então o melhor será deixar o Sakura para mais tarde do que estar a usá-lo agora se o melhor que vamos fazer a seguir é simplesmente baixar o Watchwolf à mesma.

Impacto na mesa.

Este ponto refere-se mais a situações onde o jogo já está algo desenvolvido e temos de optar por baixar uma criatura agressiva ou outra utilitária, ou remover uma do adversário ou no caso de já termos vantagem na mesa esperar e deixar a mana livre para reagir ao que ele possa fazer. Aí teremos de avaliar com mais cuidado qual é a jogada que mantém ou nos traz mais vantagem, e qual precisamos para dar a volta ao jogo se estivermos a perder.

Turno letal.

Este é mais simples, é saber qual das cartas nos permite ganhar um mais cedo. Pode ser menos óbvio quando temos de escolher entre uma criatura com evasão mas não muito forte e outra que tenha melhor poder/defesa ou uma habilidade útil, e temos de ver qual delas nos vai dar a vitoria e em que turno.

Estes são os pontos principais que pouco têm em conta as reacções possíveis do adversário, e apesar de serem fáceis de dominar é neles que se vêem os erros mais graves que custam jogos, e que nos deixam mais frustrados quando falhamos por serem mais óbvios.
A seguir a estes temos as razões mais reactivas, ou seja, que dependem do que nos esperamos do nosso adversário.

Estratégia no match-up.

Para estarmos bem preparados para um torneio temos de saber que decks esperar e como jogar contra esses decks, quais as cartas que são mais importantes e quais as cartas dele que nos trazem mais problemas. Voltando ao exemplo Watchwolf versus Sakura, se estivermos a jogar contra Gruul então será preferível baixar primeiro o Sakura porque isso nos permite baixar um Loxodon Hierarch ao terceiro turno, aproveitando que o nosso adversário ainda estará ocupado a desenvolver o jogo e não terá tão facilmente mana disponível para poder responder como uma Flames of the Blood Hand.
Este foi um exemplo mais fácil, mas é neste tópico que mais vejo os jogadores a falharem, especialmente em casos mais complicados como que cartas buscar com um Gifts Ungiven, ou em que criatura devo usar a remoção que tenho na mão.

Reacção do adversário.

Obviamente que não vamos para torneios jogar contra a parede, logo sempre que vão jogar uma carta têm de pensar como pode o vosso adversário reagir a ela. Pode removê-la ou anulá-la? Se o fizer é mau porque perdi uma carta valiosa, ou bom porque gastou uma solução num problema menos importante? O clássico exemplo disto é quando estamos a jogar contra baralhos azuis com Couterspells e temos de escolher se queremos arriscar baixar já a nossa condição de vitória ou esperar que ele não tenha mana disponível para anular e tentar agora outra carta menos relevante.

Estratégia do adversário.

Este ponto difere pouco da estratégia no match-up, mas neste caso em vez de focar no que nos temos de fazer activamente, foca-se antes em como temos de reagir. Neste caso reverte-se o exemplo acima, pensando nós que cartas temos de anular e quais podemos deixar entrar que não vão ter um impacto significativo no jogo.

‘’Tempo ‘’ e ‘’card advantage ’’

Estes dois conceitos da parte de estratégia que merecem serem mencionados individualmente. Normalmente temos duas maneiras de ganhar o jogo, ou damos 20 pontos de dano antes que o adversário possa por o seu jogo em prática, ou controlamos a mesa e ganhamos com ameaças fortes que precisam de poucos turnos para matar. No primeiro caso estamos a fazer uso de ‘’tempo ‘’ que significa mais ou menos ritmo. Ou seja, se estiver a jogar com um baralho agressivo e estiver a baixar bichos todos os turnos, então vou ter a vantagem de tempo. No caso de querer controlar a mesa vou ter de lidar com as cartas do meu adversário até ganhar, e para isso convém ter vantagem de cartas, que seja directamente através de magicas que comprem cartas, quer de outras como Cólera de Deus que lidem com varias cartas ao mesmo tempo. O fundamental aqui é saber quando estamos ou não em vantagem de tempo, e quando precisamos de vantagem de cartas. Um bom exemplo será usar uma mágica de remoção em vez de uma magica de comprar cartas porque o nosso adversário teve um começo agressivo e tem a vantagem de Tempo, e mesmo que precisemos de comprar cartas para termos terrenos para baixar por exemplo, temos de abrandar o jogo dele senão não vamos sobreviver tempo suficiente para ter o controlo da mesa.

Probabilidades.

Magic diferencia-se de muitos outros jogos de estratégia pelo facto de ter uma componente aleatória. A sorte faz parte do jogo, mas não tanto como a maior parte dos jogadores pensa, e uma das partes de jogar bem é minimizar esse factor o máximo possível. No caso de decidir entre duas jogadas possíveis, ao pensarmos nas reacções do adversário temos de considerar qual delas é a mais provável. Muitas vezes vemos jogadores a queixarem-se que o adversário ‘’topdeckou ‘’ a solução, quando eles simplesmente poderiam ter feito outra jogada em que o adversário não teria solução possível mesmo que isso implicasse ganharmos um turno mais tarde, como é o caso de baixar-mos uma criatura a mais e ficarmos mais vulneráveis a uma carta como a Cólera, mas aqui quero da ênfase de que quando escolhemos entre duas jogadas possíveis, se o nosso adversário tiver solução, temos de pensar em qual delas é mais provável. Por exemplo, tenho três de mana e um Dimir Aqueduct que acabou de entrar em jogo e estamos os dois a dois de vida. Tenho um Daggerclaw Imp, um Remove Soul e o terreno na mão, enquanto que ele não tem cartas na mão mas eu sei que ele tem Frostling e dano directo no baralho. O que fazer? Se espero para anular o Frostling para ganhar dou-lhe mais um turno para ele comprar dano directo. Se o fizer no entanto ganho em dois turnos. Neste caso o melhor será arriscar porque ele tem mais cartas de dano directo do que Frostlings, e não lhe posso dar mais hipóteses de ele comprar cartas para me matar, enquanto que se ele comprar o Frostling também não tenho o jogo perdido. Não precisam de saber muita matemática para fazer estas contas, basta saberem a quantidade de cartas possíveis que ele tem, quantas já saíram e verem quantas cartas restam no baralho, para saberem mais ou menos se a hipótese de ele comprar a carta certa é grande ou não, e agirem de acordo.

Para finalizar vou relembrar que o ponto principal deste artigo não é ensinar-vos qual a estratégia a usar, nem qual é a carta que vocês devem jogar, mas sim que mesmo que achem que nas situações acima eu estava errado e a jogada certa era a outra, que quando sempre que jogam uma carta têm de ter uma boa razão para o fazer, porque se não a tiverem então provavelmente acabaram de cometer um erro.

dsc o artigo ser tao extenso.
pus aki este artigo pos jogadores k inda tao nakela fase de baixo o melhor e passo. baixo baixo baixo... dps de lerem este artigo espero k saibam pk e k baixam esse monstro e n o outro e pk e k o baixam...

DE: Marco Peleira
FROM: www.devir.pt

Fikem bem!

mtgp

De: Chaves
8/3/2006 8:49:06 PM
parabens
1º devo felicitar t po causa dos dois artigos teus k vi e achei xpetacular
2º deves ter uma paxienxia de santo!!!!!!

xolo

De: marinha grande
7/14/2006 4:50:53 PM
mt bom artigo!
grande mas bom!
eu dantes tb n sabia pk baixava akela e n ota jogava por jugar!
klaro k agora tenho mta mais experiencia e ja n caio nisso!

reploidzero

De: Gondomar
7/11/2006 9:17:18 PM
definitavamente...
é mesmo "grande o artigo"..de resto só tenho a dizer k tá muito bom, e ke realmente tens muito mérito, pk tás a explicar as cenas base, k todos um dia tivemos k aprender, ou ainda temos..

na concordo é na cena do instinto...a mim já me resolveu jogos xD

phika beim, peace n magic


Alterado a 11-07-2006 21:19:32 por reploidzero

xavuka

De: monsato
7/4/2006 2:41:40 PM
oi
axo que isto pode ensinar muita coisa aos jogadores inexperientes, que pensam que ganham com grandes deck’s fortes e caros, mas isto tudo prova que magic alé de deck’s fortes, precisa-se do mais importante da teórica para ser obter os resultados pretendidos

LpSoldier8


De: Pedrouços - Maia
7/4/2006 2:29:45 PM
re
o elhor artigo para mim, adorei mesmo e isto serve pa ensinar muita cena a kem ainda nao sabe.... e essa cena do "pk jogaste isso?" dá ke pensar....

jonastoze


De: Barreiro
7/4/2006 2:03:04 PM
re
é um artigo muito interessante.Acabei de o ler agora. Acho que com o qque se lê deste artigo podemos tirar a conclusão sobre o que jugar na altura certa do jogo. Por isso aconselho a ler quem ainda não leu é um grande artigo. fikem
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