Esta semana temos mais um report do PTQ Austin que ocorreu em Cascais, desta vez pelo António Sá que obteve o 2º lugar neste torneio pilotando UB Faeries.
Um bom report, vale a pena ler!
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Report do PTQ: Austin (Cascais) – Top 2
Boas !
A pedido dos editores do site, vou descrever o que sucedeu em Cascais, no passado fim-de-semana, sem dispensar uma breve descrição de alguns episódios que antecederam o torneio, bem como o processo de escolha do deck.
Para mim, a presente temporada de Standard começou cedo, desde logo com uma participação no primeiro major event do formato, o GP: Barcelona, no qual listei algo muito parecido com o que irei apresentar um pouco mais abaixo, uma vez que sentia que o deck não estava “morto”, como muita gente dizia – é certo, tinha um matchup “tight” contra BW Tokens, o deck dominante. Contudo tinha um confronto bastante favorável contra o deck que caracterizou o evento – Cascade Swans, assim como matchups que variavam de equilibrados a favoráveis contra a generalidade do field, com excepção habitual de decks com red.
Não muito a salientar, apenas o facto de que estive em contenção para o 2.º dia (x-2) até à última ronda de Sábado, na qual perdi para um sujeito caricato, que, ao sentar-se na mesa de jogo, não chegava com os pés ao chão, e além disso jogava mal e muito lento. No Domingo, aproveitei para acompanhar a grande maioria, senão todos os jogos do Sam Black, que viria a fazer Top 8, com a sua habitual lista de Fadas, utilizada desde os Worlds ‘ 2008. Pude confirmar, de facto, que o deck estava não só “bem vivo”, como também seria uma das opções de topo para os eventos seguintes, como se viria a confirmar em Seattle, onde estiveram 6 decks de Fadas presentes no Top 8, dois dos quais pilotados pelo PV e pelo LSV.
Uma semana mais tarde, decorreria o PTQ: Austin, no Porto. Sabia o que queria jogar, mas não tinha certeza de alguns números da lista. Acabei por registar as mesmas 75 cartas utilizadas pelo Maria e pelo João Cavaleiro. Para dar seguimento à minha afamada má sorte de cruzar com decks de montanhas nas primeiras rondas dos torneios, desta feita, foi logo na 1.ª… De seguida, ainda consigo levar a melhor sobre dois BW Tokens e um 5CC, acabando por ter de jogar com o meu amigo Hugo Vieira (Bant), onde perco em dois jogos completamente anómalos, em que não devo ter resolvido mais de 10 spells durante a ronda toda.
Algum tempo depois, tive a oportunidade de ver uma lista apresentada pelo LSV num dos artigos semanais do seu site, com algumas modificações interessantes – Puppeteer Cliques, Plumeveils e 2 Loxodons Warhammers no Main Deck pareciam-me a maneira ideal de tomar alguma vantagem sobre os decks de Bloodbraid Elf, que se estavam a tornar uma constante com a realização dos primeiros Nacionais e qualificadores para Austin, em torno do globo.
Chegada a ansiada semana do Campeonato Nacional, tinha em mente que pretendia jogar com um misto das últimas listas do PV e do LSV, presentes nos respectivos artigos. No torneio em si, após cruzar com três Junds (à partida, não muito animador), em adição aos 7 mulligans feitos em 8 jogos, ditaram o belo do 1-2 na primeira porção de Construído, o que com um 4-2 a Limited, não me pareceu suficientemente motivador para uma tentativa de 3-0 na segunda porção de Construído, em disputa pelo Top 16 e o respectivo Pro Point.
* A escolha do deck *
Após uma breve análise dos Nacionais estrangeiros, em especial do Japão, Austrália, Espanha e do Kentucky Open, ficou claro que o formato seria definido por 5 estratégias de topo: Faeries, Kithkins, Five-Color Control, Elves Combo e os vários decks baseados no Bloodbraid Elf.
Perante isto, surge a questão da praxe: "O que devo jogar?"... "Fadas"... "Não, talvez seja melhor 5CC"... "Não quero jogar mirrors de 5CC o dia todo"... "Vou experimentar Elfos"...
Então, porquê Faeries?
Em primeiro lugar, porque acredito que é a estratégia mais consistente do formato. Além disso, contava ter uma ligeira vantagem em todos os confrontos do field actual, à excepção de Blightning e do mirror, como é lógico (se bem que ultimamente, um pouco por toda a parte, se tenta splashar branco ou vermelho, por vezes com sucesso, se bem que na maioria das vezes não seja justificável – a base de mana perde muita da consistência e, em algumas vezes, não é possível fazer o quarto terreno desvirado, algo que é fundamental. Além disso, o confronto contra as builds tradicionais é, a meu ver desequilibrado, pelas razão que foram apresentadas).
Um outro ponto a referir é: Great Sable Stag. Desde que a carta apareceu no spoiler de M10, ficou claro que a WotC tinha em mente colocar um ponto final nas boas prestações do deck, que se mantém no topo desde a impressão da Bitterblossom e, na verdade, compreende-se porquê. O que me continua a intrigar, contudo, é o porquê do lançamento de cartas como Raking Canopy ou Scattershot Archer. Se a intenção era enfraquecer as Fadas, podiam ter guardado tempo e slots de Top 8, ao imprimir o pequeno Alce 3/3 há bastante tempo atrás.
Não há muito o que fazer para lidar com o Stag, a não ser: Comando para o virar e ganhar um turno, Sower num bicho não azul/preto e, logicamente, Thoughtseizes e Vendilion Cliques (quando no play). Mutavault com Scion é também uma resposta, assim como dois Mutavaults, mas, no geral, nada que possibilite uma resposta à altura como seria a Razormane Masticore ou o Loxodon Warhammer, caso não tivessem rodado. Talvez seja mesmo a altura para um regresso de Vendilion Clique, algures nas 75 cartas a listar, já que despacha o Alce, quando estamos no play e ajuda na corrida, ao bater para 3.
Condensando toda a informação mencionada, aqui está o que registei:
António Sá
UB Faeries (cortesia de Paulo Vitor Damo da Rosa)
2º Lugar Qualificador PT Austin - Cascais
Maindeck:
4 Drowned Catacomb
2 Gargoyle Castle
5 Island
4 Mutavault
4 Secluded Glen
4 Sunken Ruins
3 Swamp
4 Mistbind Clique
4 Scion of Oona
2 Sower of Temptation
4 Spellstutter Sprite
1 Vendilion Clique
2 Agony Warp
4 Bitterblossom
3 Broken Ambitions
4 Cryptic Command
2 Doom Blade
2 Peppersmoke
2 Thoughtseize
Sideboard:
2 Puppeteer Clique
2 Sower of Temptation
2 Vendilion Clique
2 Flashfreeze
2 Deathmark
3 Infest
2 Thoughtseize
Algumas notas De notar de imediato a ausência de Jaces algures nas 75 cartas. Neste momento e, com o hate para Fadas a circular na força máxima, é necessário algo que faça qualquer coisa mais do que simplesmente comprar cartas. Na verdade, não eram as Jaces que tornavam o deck eficaz, uma vez que não tinham um impacto no jogo semelhante a um Thoughtseize de primeiro turno ou uma Bitterblossom ao segundo. Contudo e, dado que encaixavam bem na curva do deck, ganharam o slot com o passar do tempo. Hoje em dia, uma Jace de terceiro turno, por si só, não é suficiente. Os 4 slots destinados ao removal passam a ser 2 Agony Warps e 2 Doom Blades, em detrimento de 4 Agony Warps, uma vez que o formato fica um pouco mais virado para o controlo e torna-se necessário trocar 1x1 com Plumeveil, Baneslayer Angel, Cloudthresher, Figure 4/4 ou 8/8, entre outros. A dúvida residia nos Peppersmokes – sempre bons nos confrontos contra Elfos, Kithkins e mirror, embora um pouco insignificantes nos matchups que envolvem Cruel Ultimatums ou Bloodbraid Elfs, nunca são realmente maus. Não os considero como spot removal, contudo, pareceram-me suficientemente eficazes para merecerem o lugar.
Com a lista já definida, faltava apenas arranjar boleia. Uma vez que não iria o segundo carro do Porto, restou-me contactar o pessoal de Coimbra, que, por sorte, tinha um slot disponível no carro do Virgílio, onde iria também o Neon (Paulo Carvalho).
Chegados a Cascais, um pouco antes da hora do check-in, ainda deu tempo para uma conversa com o pessoal do Porto que já lá estava e para ver o Constâncio fazer questão de mostrar a sua brincadeirinha, organizada em conjunto com o Moura mais novo, a todos os presentes.
Quanto ao torneio em si...
Ronda 1: Fernando Ferro - Kithkins
No primeiro jogo, após perder o dado, não há drop de primeiro turno para ele, mas duas ameaças, na forma de Cenn e Meadowgain, nos turnos seguintes. Tenho a minha Bitterblossom ao segundo, que me oferece alguns chump blockers para a ofensiva adversária, até conseguir encontrar algo que me permitisse virar o jogo a meu favor, o que vem a acontecer quando consigo encaixar uma Scion no final do turno dele e uma Mistbind Clique na fase de ataque seguinte. Entretanto, faço uma Sower num Bode e estamos a sideboardar.
Sideboard:
- 1 Gargoyle Castle
- 3 Spellstutter Sprite
- 1 Vendilion Clique
- 2 Thoughtseize
+ 2 Sower of Temptation
+ 2 Deathmark
+ 3 Infest
Não me lembro ao certo do que aconteceu no segundo jogo, mas tenho ideia de que ele abre de maneira explosiva, com bichos ao 1º, ao 2º e ao 3º e uma Spectral Procession ao 4º para a qual não há Broken Ambitions. Olho para a carta do topo e, visto que não era o Infest, limito-me a arrumar as cartas.
No terceiro jogo, saio de Bitterblossom ao segundo e consigo sustentar o rush inicial, ao trocar diversas vezes 1x1 e 2x1 com Agony Warp, até uma altura em que faço Scion EOT. Neste momento, ele tem qualquer coisa como um Figure 1/1, outro 2/2 e um Stalwart. Faz Honor the Pure, com dois manas livres e ataca com tudo. Coloco um puto de Bitterblossom na frente de cada um bichos e baixo uma segundo Scion, com Sprite de backup para uma eventual espada. Dois turnos depois e, perante a impossibilidade dos Kithkins de lidar com double Scion, estamos a assinar o slip.
1-0 (2-1)
Ronda 2: André Ângelo - Time Sieve
Tudo normal no primeiro jogo, Bitterblossom ao segundo, uns counters nos motores dele… excepto num simples facto: quando ele tem uns 10 manas, eu continuo preso nos três. Um turno antes do ataque letal, ele consegue eventualmente virar-me no final do meu turno, o que lhe permite arrancar a seguir.
Sideboard:
- 2 Sower of Temptation
- 2 Agony Warp
+ 2 Vendilion Clique
+ 2 Thoughtseize
Segundo e terceiro jogos sem muita ciência, como seria de esperar deste matchup. Limitei-me a pousar a Bitterblossom, contrariar o que ele fazia e atacar com os putos da 'Blossom.
Este matchup é bastante difícil de perder, diria mesmo impossível, uma vez que contrariando uma das cartas-chave que o permitem arrancar, não há muito para fazer do outro lado.
2-0 (4-2)
Ronda 3: Pedro Pereira - Five-Color Blood
Ele chega em cima da hora do início da ronda, mas não se escapa de levar um Game Loss por ver uma carta do meu deck enquanto o baralhava. Sei que é um pouco desonesto ganhar desta maneira, mas afinal de contas estamos num PTQ, com REL Competitive.
Entretanto, perco o dado, mas abro com Thoughtseize que lhe retira um Anathemancer se não estou em erro, contrario as ameaças iniciais que ele vai fazendo e consigo lidar com os Bloodbraid Elfs. Eventualmente, consigo encaixar uma Bitterblossom, que, com Scions alternadas com os Fallouts dele, acabam por fazer o serviço, num jogo apertado.
3-0 (6-2)
Ronda 4: João Couceiro - BR Blightning
Talvez a ronda mais atípica do torneio, onde ambos, em conjunto, devemos ter feito uns 10 mulligans.
No primeiro jogo não há muita acção, apenas um Figure of Destiny, para a qual tenho o meu Peppersmoke e uma Vendilion Clique no final de um dos turnos, que o faz arrumar o seu único terreno, em sinal de concessão, de maneira a não me fornecer informações adicionais.
Sideboard:
- 2 Scion of Oona
- 2 Sower of Temptation
- 2 Thoughtseize
+ 2 Puppetter Clique
+ 2 Vendilion Clique
+ 2 Flashfreeze
Num segundo jogo disputado, vou controlando o rush inicial, se bem que não encontro solução para um Figure of Destiny, a qual ia encontrando um chump blocker. A certa altura, encaixo um Puppeteer Clique com counter backup, que rouba um Ram-Gang e bate para 3. Consigo fazer race com o Figure ao resolver uma Mistbind Clique no final de um dos turnos dele. Contudo, vou ficando um pouco flood e, uns turnos mais tarde, ele consegue resolver um Manabarbs. Os meus precários 2 de vida não ajudam muito nesta situação.
Terceiro jogo, voltamos à história dos mulligans, desta feita para ambos os lados. Eu vou de mulligan a 5 e ele de mulligan a 4. Vejo-me forçado a aceitar uma mão de Secluded Glen, Bitterblossom, Vendilion Clique, Flashfreeze e Spellstutter Sprite. Ele faz Figure de primeiro turno. Não encontro o terreno no draw seguinte, o que sentencia o jogo de imediato. Quando faço o segundo terreno, já ele tem 4 e uma Figura a bater para 4, para a qual não tenho solução.
3-1 (7-4)
Ronda 5: Pedro “Roça” Pereira – Five-Color Control
Ele ganha o dado. Depois do draw-go inicial, faço um Spellstutter Sprite no EOT para começar a colocar alguma pressão, para a qual ele faz um Plumeveil em resposta que, na volta, encontra um Doom Blade. Faço também um Thoughtseize que retira um Fallout e não vê nada de muito ameaçador – um Ajani Vengeant, um Obelisk of Alara e um Broodmate Dragon, para os quais tinha solução. Pouco depois, consigo resolver uma Mistbind Clique, para a qual ele não encontra solução, e que acaba por terminar o serviço.
Sideboard:
- 2 Scion of Oona
- 2 Sower of Temptation
- 2 Agony Warp
- 2 Peppersmoke
+ 2 Puppeteer Clique
+ 2 Vendilion Clique
+ 2 Flashfreeze
+ 2 Thoughtseize
No segundo jogo, resolvo Bitterblossom ao segundo, três Thoughtseizes e duas Vendilions Cliques. Penso que não preciso de me alargar mais.
4-1 (9-4)
Ronda 6: Tiago Domingues - Five-Color Control
Ao fazer Thoughtseize de primeiro turno, retiro Broken Ambitions e deixo-o com um Broodmate Dragon, um Hallowed Burial e terrenos. Bitterblossom ao segundo, Broken Ambitions no Broodmate e Cryptic Command no Hallowed Burial são suficientes para fechar o jogo a meu favor.
Sideboard:
- 2 Scion of Oona
- 2 Sower of Temptation
- 2 Agony Warp
- 2 Peppersmoke
+ 2 Puppeteer Clique
+ 2 Vendilion Clique
+ 2 Flashfreeze
+ 2 Thoughtseize
Desta vez, o Thoughtseize vê uma mão de terrenos e dois Fallouts. Retiro um Fallout. Faço uma Sprite no fim do 3.º turno dele e uma Vendilion no fim do 4.º, que é despachada pelo Fallout, com o trigger na stack e que não encontra nada de muito relevante para o caso. Uns turnos depois ele mexe-se para algo que não me recordo, mas que contrario com um Comando e encaixo outra Vendilion Clique que manda um Comando para o fundo. Porventura consigo resolver uma Mistbind Clique, que, com dois Mutavaults, seria o bastante para ganhar em dois ataques. No turno seguinte, encontro uma Scion of Oona que incha os amigos para bater para exactamente 11 de dano letais.
5-1 (11-4)
Entretanto, são afixados os standings e confirmo que ia ter de jogar, como previsto, uma vez que havia muita gente 5-1 e, pelas minhas contas, o único que podia empatar era o Frederico Costa, já que tinha os melhores tie-breakers dos 15 pontos, de maneira que ia paired-up com um dos três 5-0-1. Portanto, as duas primeiras mesas fariam ID’s, enquanto que das mesas 3 a 6 (inclusive) seria disputado um lugar no Top 8.
Ronda 7: Alberto Santos – Kithkins
Ele começa primeiro, mas sem drop de turno 1. Faz Cenn ao segundo, seguido de Cenn ao terceiro, ao passo que faço Agony Warp no que não está enjoado. De seguida, ele tenta uma Spectral Procession que encontra um Broken Ambitions e um Cloudgoat Ranger que é contrariado por um Comando. Entretanto resolvo uma Bitterblossom, faço uma Sprite que contraria uma Honor of the Pure, que lhe abre uma janela para resolver uma Spectral Procession. Eventualmente faço uma Scion no EOT, que me permite fazer uma Mistbind Clique, sem oposição, numa das fases de ataque e que vira a mesa a meu favor. Contudo, tenho uma vida precária, graças aos pings da Bitterblossom, o que me força a fazer um Comando para a devolver para a mão, no último turno possível. Ainda no final desse turno, faço uma Gárgula com o Gargoyle Castle, que é suficiente para dano letal, em conjunto com a Clique e uma horda de putos de 'Blossom.
Sideboard:
- 1 Gargoyle Castle
- 3 Spellstutter Sprite
- 1 Vendilion Clique
- 2 Thoughtseize
+ 2 Sower of Temptation
+ 2 Deathmark
+ 3 Infest
Passo a esclarecer o motivo pelo qual as Sprites saem, quando compramos primeiro. Habitualmente saíam as Jaces, o que não é possível fazer com esta configuração. Assim sendo, é necessário tirar as três piores cartas restantes – vejamos, a decisão não parece tão óbvia quanto isso, já que os Kithkins têm 12 cartas de custo um, mas é necessário atender a que todas as cartas que entram com o Sideboard são jogadas em sorcery-speed, o que obriga a virar no meu turno, pelo que os counters ficam piores e a Sprite é o pior deles. Além do mais, é sempre positivo conseguir anular a Spectral Procession ao terceiro com apenas dois manas, por exemplo, coisa que a Sprite não consegue fazer.
No segundo jogo, fico com uma mão aceitável de Comando, dois Infests e Sower, mas um pouco à semelhança do que se passou na 1.ª ronda do torneio, ele sai rápido com Stalwart ao primeiro, Meadowgrain ao segundo. Até aqui tudo bem, mas o jogo fica selado quando uma Honor of the Pure bate na mesa, fazendo com que os seus x/2’s passassem a x/3’s, resistentes ao Infest. Vem também outro Stalwart. Eventualmente, consigo encontrar um Agony Warp, que é parado por um Lapse of Certainty. O jogo termina na fase de ataque seguinte, sem muito o que houvesse para fazer.
No jogo decisivo, ele vem com Stalwart, Figure, Stalwart. Ao contrário do jogo anterior, o Infest é decisivo, ao trocar 3x1. Nos turnos seguintes não há muita acção do outro lado. Ainda houve oportunidade para fazer uma Sower para cada Bode que ele resolveu.
6-1 (13-5)
Entretanto são afixados os standings finais, que anunciam que ia ter de jogar com o gémeo (Blightning), o que não me deixou nada contente com o matchup, como é lógico e que o vencedor do nosso jogo, cruzaria com o vencedor do jogo entre o Cavaleiro e Kithkins. O Top 8 acaba então por ser: Fadas, 2 Five-Color Control, Kithkins, Doran Rock, Merfolks, Elves! e Blightning. Uma coisa era certa, ao contrário de outros Top 8’s que se têm visto ultimamente, aqui a variedade estava assegurada.
De qualquer maneira, não tinha nenhum matchup, no resto da composição do Top 8, que fosse claramente desfavorável, o que me colocava com umas hipóteses de fazer parte da comitiva portuguesa para Austin, na eventualidade de conseguir passar o Blightning. Uma vez que não houve troca de listas, iniciou-se a acção:
Top 8: Frederico Costa – BR Blightning
Ele ganha o dado, mas não tem acção de primeiro turno, ao passo que eu saio de Thoughtseize, que lhe retira o drop de segundo turno. Ele resolve um Ram-Gang que encontra um Agony Warp. Faz dois burns em dois turnos consecutivos e, na volta, quando tem seis terrenos na mesa, tenta duas Ball Lightnings, cada qual encontra um Broken Ambitions e um Peppersmoke. Depois de um Anathemancer que dá apenas dois de dano, encaixo uma Bitterblossom aos 10 de vida, com mana para Comando, que é utilizado num segundo Ram-Gang que abre uma janela para um segundo Anathemancer, para três de dano, desta vez. O clock é demasiado apertado e o jogo acaba por terminar com o último ping da Bitterblossom depois do ataque dos Anathemancers.
Sideboard:
- 2 Scion of Oona
- 2 Sower of Temptation
- 2 Thoughtseize
+ 2 Puppetter Clique
+ 2 Vendilion Clique
+ 2 Flashfreeze
No segundo e terceiro jogo, ele fica parado nos dois manas por bastante tempo, ao passo que eu consigo fazer a Bitterblossom ao 2.º turno. De salientar ainda que, no 3.º jogo, ele consegue encontrar o terceiro terreno a tempo de conseguir virar o jogo, mas, uma vez que se encontrava muito para trás, permitiu-me consegui contrariar os spells que lhe dariam o jogo e a ronda.
7-1 (15-6)
Ainda decorria o terceiro jogo, já o outro estava resolvido e aparentemente o Cavaleiro tinha perdido, de maneira que...
Top 4: Emanuel Pina – Kithkins
Se não estou em erro, acho que não ganhei um único lançamento de dado, ao longo de todo o dia e aqui não é excepção. Ele sai de Meadowgrain ao segundo, tenta Procession ao terceiro, que é contrariada por Broken Ambitions. Faz um Cenn e uma Honor of Pure, que é travada por uma Sprite, com a ajuda de Mutavault, aproveitando o facto de que ele não tinha mana disponível para o Path. Acabo por conseguir encaixar uma Scion e uma Sower no Meadowgrain, no turno que se seguiu. Ele ainda resolve um Cloudgoat Ranger, que vem parar ao meu lado, com a ajuda de mais uma Sower.
Sideboard:
- 1 Gargoyle Castle
- 3 Spellstutter Sprite
- 1 Vendilion Clique
- 2 Thoughtseize
+ 2 Sower of Temptation
+ 2 Deathmark
+ 3 Infest
Como já vem sendo hábito nos confrontos contra Kithkins, ele sai de Stalwart, Knight of Meadowgrain, Honor of the Pure, sem qualquer oposição do meu lado. Porventura consigo resolver livrar-me do Meadowgrain com Agony Warp. Ele tenta resolver um Bode, que é travado por um Cryptic Command, mas com o mana livre resolve uma Figura, que chega ao terceiro estágio, sem que eu encontre solução para ela. Duas Mistbind Cliques, que consigo encaixar entretanto, não são suficientes para lidar com ela nem muito menos para correr com os 23 de vida que ele tinha. Chego a uma situação em que tenho de fazer chump block no 8/8 com as Cliques, sem que, no entanto, ache uma das oito soluções que tinha para ela.
No terceiro jogo, abro com Bitterblossom ao segundo e ele tem Meadowgrain e Wizened Cenn no segundo e terceiro turno, sem muito mais acção para além desta. Faço a Scion no fim de um dos turnos dele e lá consigo encontrar uma Sower para ficar com o Meadowgrain. O topo fornece-lhe um Bode, que encontra um Deathmark, no meu turno. Perante a incapacidade de lidar com os flyers que pareciam não acabar, ele concede.
8-1 (17-7)
Um pequeno parêntesis para comentar o facto de que algumas pessoas consideram este matchup favorável a Kithkins. Por muito que me esforce não consigo compreender tal coisa, uma vez que desde que jogo o matchup (alturas de Bloco LRW/SHM), não me recordo de ter perdido uma únuca ronda. Além do mais, agora, com os Infests, que não eram jogados, e com um set completo de Sowers, não vejo maneira de perder, a não ser por problemas de mana ou para arranques explosivos. O assunto pode ser controverso, posso até aceitar que seja um confronto “even”, mas nunca favorável a Kithkins.
Gostava também de salientar que também não percebo o porquê de algumas pessoas jogarem com menos de 4 Sowers nas suas 75 cartas – algo que é bom contra 3 dos 5 decks de topo e, numa altura em que os decks tribais como Merfolks e Elfos começam a resurgir não há motivo para jogar com menos de um set de Sowers. Além do mais, são uma das alternativas possíveis para lidar com o Stag, contra verde.
Ainda eu me encontrava a jogar as meias-finais, já o “Puto” Tiago se estava a sentar ao meu lado e pela cara dele, percebia-se claramente que era um dos finalistas.
Final: Tiago Fonseca – Five-Color Control
O bom ambiente estava presente, sem descurar a presença incontornável do Márcio, que parecia querer disputar por um de nós o slot que já tem para Austin. De qualquer das formas, e para terminar o dia sem ganhar um único dado, há dois Vivids do lado dele e uma tentativa de Bitterblossom ao segundo, para a qual ele tem o Esper Charm. Mais uma Bitterblossom do meu lado que, desta vez, fica na mesa. Ele faz Plumeveil na main phase, para o qual não tenho resposta e acaba por lhe dar o tempo suficiente para lidar com a Blossom, já que eu não consigo passar dos quatro terrenos e ele tem uns dez. A certa altura ele faz um Comando num dos meus quatro terrenos. No turno seguinte faz um Ultimato, com mana livre para o Broken Ambitions, e que fecha o jogo.
Sideboard:
- 2 Scion of Oona
- 2 Sower of Temptation
- 2 Agony Warp
- 2 Peppersmoke
+ 2 Puppeteer Clique
+ 2 Vendilion Clique
+ 2 Flashfreeze
+ 2 Thoughtseize
No segundo jogo, Thoughtseize ao primeiro, Bitterblossom ao segundo. De qualquer maneira, apesar de não haver Stags, há dois Fallouts para lidar com os putos da Blossom. Este jogo é marcado pela pouca acção do lado dele e, que me recorde, acho que só conseguiu resolver os Fallouts, já que tudo o resto foi contrariado. Contudo, e quando ia ganhar no turno seguinte, ele lá resolve arrancar um terceiro Fallout do topo e colocar o jogo mais tenso do que seria de esperar. Ainda tenta um Nucklavee que é parado por um Flashfreeze e fica com uma carta na mão. No fim deste turno, ambos temos um de vida e a mesa é apenas composta por um puto da Blossom. Ele pede-me para lhe mostrar uma maneira de tirar a Blossom da mesa – a minha mão continha uma Mistbind Clique e um Comando.
No jogo derradeiro, volto aos mulligans, desta vez a 5, mas com acesso a Thoughtseize ao primeiro e Blossom ao segundo. Quando faço o Seize e ele não tem o Stag, começou a cheirar a Austin. Retiro a maneira de ele contrariar a Blossom (Negate). Tudo muito bem, até ele fazer três manas Stag, ao terceiro turno. O clock era demasiado forte – 4 por turno e os meus três terrenos não ajudavam muito, quando tinha duas Mistbind Cliques na mão. Eventualmente acabo por conceder, dada à impossibilidade de lidar com o Stag.
8-2 (18-9)
E aqui acaba o torneio que me podia ter dado acesso ao Pro Tour. Fiquei com a sensação de que, com um pouco mais de sorte, teria conseguido lá chegar, uma vez que as duas rondas perdidas ao longo de todo o dia foram para mulligans a 5.
Sem lhe tirar o mérito, aproveito para dar os parabéns ao "Puto" Tiago e desejar-lhe toda a sorte possível em Austin.
E assim termino, na esperança que tenham gostado.
Até uma próxima oportunidade,
António Sá
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